Uma nova tecnologia poderá ajudar médicos a diagnosticar mais precocemente a pré-eclampsia, doença hipertensiva da gravidez que figura como a principal causa de morte conjunta de mães e bebês no Brasil.
Pesquisadores da Universidade de Western Ontario (Canadá) anunciaram que a nova tecnologia investiga um grupo de proteínas e biomarcadores cujos níveis são modificados na placenta das mulheres que desenvolvem pré-eclampsia.
Segundo o professor Victor Han, um dos líderes da pesquisa, o desenvolvimento anormal da placenta estaria ligado à expressão de genes ou à liberação de substâncias ainda indefinidas no sistema circulatório da mãe. "Esses fatores também causam restrição de energia para o feto e seriam uma causa de peso baixo de nascimento", disse Han, também diretor científico do Child Health Research Institute.
Essas complicações podem comprometer, no futuro, a saúde dos prematuros, levando a doenças como diabetes e ataques cardíacos, segundo Han.
A pré-eclampsia pode surgir em até 10% de todas as gravidezes. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que ela é responsável por 18% das mortes das gestantes e por 80 mil nascimentos prematuros, além de ser associada a problemas no filho, como paralisia cerebral e retardo mental.
Para Han, a pesquisa é altamente relevante para a prevenção da pré-eclampsia, especialmente a que se apresenta antes de 28 semanas de gestação, que exige cuidados intensos.
InfertilidadeNesta semana, um outro estudo, do Instituto Norueguês de Saúde Pública, revelou que mulheres que já sofreram abortos espontâneos ou que fizeram tratamento hormonal para fertilidade podem ter um maior risco de sofrer pré-eclampsia.
Foram avaliadas 20 mil mães. Em geral, elas tinham 5,2% de chance de sofrer a complicação. Porém, esse risco aumentou em 50% para aquelas que já tinham tido três ou mais abortos espontâneos, e em 25% para as mulheres que fizeram tratamentos contra a infertilidade. Entre aquelas com ambas as condições, as chances de desenvolver pré-eclampsia seriam de 13%. (Folha Online)
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