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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Brasileiros esperam mais cuidados da família na velhice, diz estudo

Os brasileiros são os que mais esperam ser sustentados pela família na velhice, segundo uma pesquisa feita em 12 países.

A pesquisa da multinacional de seguro de saúde Bupa, conduzida pela universidade London School of Economics, foi feita com mais de 12 mil entrevistados em junho deste ano. No Brasil, 1.005 pessoas foram ouvidas.

Três em cada quatro brasileiros entrevistados disseram acreditar que sua família vai sustentá-los na velhice. Em países como França, Estados Unidos, Grã-Bretanha e Alemanha, menos de 70% das pessoas acreditam que serão sustentadas pelos parentes ao chegarem a velhice.

Os brasileiros também estão entre os que mais acreditam que a responsabilidade de ser sustentado na velhice é dos seus familiares - dois em cada três entrevistados manifestaram esta visão na pesquisa da Bupa. Na Grã-Bretanha, menos de 30% atribuem à família a responsabilidade de sustentá-los na velhice.

Planejamento - O estudo também revelou que os brasileiros são os que mais têm expectativas positivas sobre chegar à terceira idade - 17%.

Os brasileiros só perdem para os franceses na "sensação" de juventude. Entre os entrevistados com 65 anos ou mais, 72% disseram que não se sentem velhos, e 67% se declararam saudáveis.

No entanto, apesar da perspectiva positiva sobre a terceira idade, 64% dos brasileiros disseram não estar se preparando financeiramente para a velhice. Menos de 7% das pessoas disseram estar separando dinheiro para quando pararem de trabalhar.

"É realmente animador ver que tantos brasileiros não se sentem velhos e estão até com boas expectativas sobre a velhice, mas as pessoas não podem ser complacentes", disse o diretor médico da Bupa International, Sneh Khemka.

Os brasileiros também estão entre os que menos atribuem ao Estado o papel principal no sustento das pessoas idosas. Como nos Estados Unidos, Alemanha e Índia, menos de 10% dos brasileiros acreditam que a responsabilidade maior no cuidado de idosos é do Estado.

Na China e Grã-Bretanha, mais de 25% dos entrevistados esperam que o Estado os sustentará na velhice.

A pesquisa revelou que a principal preocupação das pessoas ao chegar à velhice é com doenças como câncer (para 34% dos entrevistados nos 12 países) e demência (23%). BBC

sábado, 18 de setembro de 2010

Operação destrói maconha na fronteira Paraguai-Brasil

Agentes antidrogas paraguaios e brasileiros destruíram 82 hectares de plantações de maconha no Departamento de Canindeyú, ao nordeste do Paraguai, na fronteira com o Brasil, informaram nesta sexta-feira fontes oficiais. Cada hectare equivale a aproximadamente um campo de futebol.

A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai informou em comunicado nesta sexta-feira (17) a destruição dessas plantações durante o quinto dia da operação Aliança 5, realizada nas regiões de florestas no limite com o Estado do Paraná.

Os policiais destruíram 15 toneladas da erva e 80 quilos de sementes, dez prensas de madeira para compactar a droga e 25 acampamentos dos homens responsáveis pelo cultivo, detalha o documento, que não precisa a data de conclusão da operação.

Segundo as autoridades paraguaias, nas regiões de florestas dos departamentos de Canindeyú, Amambay e Concepción, todos na fronteira com o Brasil, existem muitas plantações de maconha.

Ali, operam quadrilhas de traficantes que abastecem de maconha e cocaína aos países vizinhos. EFE

UFSCar faz seleção especial para estudantes refugiados no Brasil

A UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) abriu inscrições para selecionar refugiados que queiram estudar na instituição em 2011. Desde o ano passado, a universidade reserva pelo menos uma vaga em cada curso para pessoas nessa situação. Para ter acesso à vaga, é necessário que o candidato cumpra uma série de requisitos, além de participar de uma prova.

Atualmente, cinco refugiados estudam na instituição. Os interessados devem enviar uma carta para a pró-reitoria da UFSCar até o dia 27 de setembro. Encaminhar também o certificado de conclusão de estudos equivalentes ao ensino médio e o documento expedido pelo Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), do Ministério da Justiça, comprovando a situação no país. Para os que tiver cursado o ensino médio fora do Brasil, é necessário um parecer emitido por uma instituição de ensino brasileira.

Depois da fase de apresentação dos documentos, a universidade divulgará no dia 13 de outubro a lista dos convocados para as avaliações. Os aprovados serão conhecidos até 15 de fevereiro de 2011. De acordo com o Ministério da Justiça, a UFSCar é uma das universidades brasileiras que integram a cátedra Sérgio Vieira de Melo, implementada pelo Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), na América Latina. O objetivo é difundir o direito internacional humanitário e o direito dos refugiados, permitindo a formação e a capacitação de estudantes nesses temas. O edital estão disponível para consulta na internet. R7

Empresas baixam exigências na hora de contratar

A falta de mão de obra especializada está ajudando quem tem pouca ou quase nenhuma especialização, pois boa parte das empresas está contratando pessoas sem experiência e dando treinamento para suprir as vagas em aberto. Ter apenas o 2º grau completo já não é um complicador pra quem está pretendendo um posto.

Os setores da construção civil e supermercados são os que mais sofrem com a falta de pessoal capacitado. A alternativa é diminuir as exigências na contratação e aproveitar quem está em funções inferiores.

No supermercado, por exemplo, falta gente com experiência principalmente nos setores de panificação, açougue e frios. Há vagas em aberto há mais de quatro meses. A alternativa é diminuir as exigências na contratação e aproveitar quem está em funções inferiores.

O gerente da loja, Antonio Ferreira de Souza, diz que a empresa sente este problema.

- Trabalhadores à procura de vagas até que tem; mas, com especialização e experiência, está cada vez mais difícil.

Valter Moura, encarregado de mercearia, aproveitou o bom momento da economia: começou por baixo e cresceu.

- Comecei como empacotador, aí subi para repositor e consegui chegar a uma função melhor. R7

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Museu paraense apresenta nova espécie de cobra-de-duas-cabeças

O Museu Paraense Emílio Goeldi divulgou a descoberta de uma nova espécie de réptil na região da Calha Norte, no Pará. Trata-se de uma variedade do animal popularmente conhecido como cobra-de-duas-cabeças ou, também, cobra-cega. O réptil, que ganhou o nome científico Mesobaena rhachicephala, faz parte da família Amphisbaenidae e tem hábitos fossoriais, ou seja, vive em túneis no subsolo.

Adaptado para escavar a terra, o bicho tem uma cabeça pontuda cônica. Segundo o Museu Goeldi, é o único gênero no norte da Amazônia que tem uma cabeça diferenciada da ponta da cauda - as outras têm cabeças e pontas de cauda arredondadas.

A espécie foi encontrada no início de 2008 pela equipe do herpetólogo (especialista em répteis e anfíbios) Marinus Hoogmoed na Calha Norte, área ao norte do Rio Amazonas, no Pará, que faz fronteira com Suriname e Guiana. Foi descrita na revista especializada 'Herpetologica', em edição de dezembro. Esta semana a descoebrta foi divulgada pelo Museu Goeldi. GLOBO AMAZÔNIA

Entidade quer fim de pornô em clínica de reprodução

A oposição à pornografia chegou até o único front onde seu uso parecia inquestionável, pelo menos por enquanto: as clínicas de reprodução humana. Uma organização britânica voltada para políticas públicas de saúde lançou um manifesto pedindo que as clínicas financiadas pelo governo deixem de oferecer material pornográfico aos homens submetidos à coleta de esperma. O argumento da organização, conhecida como 2020health, é que as publicações e os vídeos eróticos estimulariam “o adultério mental”. Aparentemente, um delito ainda mais grave na situação desses homens: eles estariam pensando em outra na hora de gerar um filho. A 2020health ainda levantou outras reclamações: o material pornográfico depreciaria a imagem da mulher e poderia prejudicar, inclusive, as mulheres que trabalham nessas clínicas. Além de causar dependência, disse a organização.

Antes de sair reclamando, a 2020health fez um estudo para medir o “fenômeno” nas clínicas de fertilização. O jornal britânico “The Independent” detalhou a análise. De acordo com a pesquisa, dos 93 serviços pesquisados, 33 deles colocavam material pornográfico à disposição dos pacientes. O que deixou os integrantes do 2020health mais irados foi descobrir que 18 clínicas usaram verba do governo para comprar revistas e DVDs com conteúdo erótico (as outras 15 ganharam de clientes ou das editoras). O gasto médio foi de 100 libras por ano, o equivalente a R$ 265. Mais ousada foi uma das clínicas que resolveu investir no bem-estar dos pacientes e desembolsou 7.350 libras (R$ 19 mil) em aparelhos eletrônicos para exibir os filmes com qualidade.

Há muita controvérsia sobre o uso da pornografia. Mas várias das afirmações feitas pela entidade britânica são questionáveis. Primeiro, “adultério mental”? Sério, isso existe? Segundo: gastar R$ 265 por ano com material de sacanagem é demais? Terceiro: o material pornográfico é considerado desnecessário nessa situação? Não é pedir demais aos homens? Mas o que mais me chocou nessa história toda foi um dos dados da pesquisa. Segundo o levantamento da 2020health, apenas 33 das 93 clínicas pesquisadas ofereciam material pornográfico. E as outras 60? Os homens tinham de levar de casa? Ou precisavam se excitar naquele ambiente asséptico das clínicas? Isso, sim, é que é sacanagem. ÉPOCA

Britânica tem de escolher que filho salvar após carro cair em represa

Uma mulher britânica foi forçada a escolher entre salvar a vida do filho de 16 anos ou da filha de 2 após seu carro cair em uma represa.

Rachel Edwards, de 39 anos, dirigia o carro acompanhada dos dois filhos e de dois amigos do filho quando passou por um buraco e perdeu a direção na região de Lincolnshire, no nordeste da Inglaterra.

Edwards, que estava grávida de seis meses na ocasião do acidente, no mês passado, conseguiu escapar do carro pela janela enquanto o veículo afundava.

Os dois amigos do filho também conseguiram escapar pela janela e correram para buscar ajuda.

Mergulho - Edwards mergulhou a mais de três metros de profundidade para tentar resgatar os filhos, que ficaram dentro do veículo, e percebeu que não teria como levar os dois de volta à superfície.

Ela decidiu então tomar a filha Isabella e levá-la à superfície, enquanto o filho Jack ainda estava preso no carro.

"Eu puxei a Isabella para fora e sabia que ela ainda estava viva. Tentei voltar para tentar salvar o Jack, mas sabia que se eu soltasse a Isabella, não conseguiria tomá-la de volta. Eu estava só gritando e gritando", relatou a mãe.

Ela disse que o filho estava sentado ao seu lado no banco da frente, e que sua janela estava fechada porque ela havia pedido que ele a fechasse por causa do vento.

Ela esperava conseguir deixar Isabella na superfície e mergulhar novamente para resgatar o filho, mas paramédicos chegaram ao local e a impediram de voltar para buscá-lo.

Os serviços de emergência conseguiram tirar Jack do veículo, mas o adolescente já estava inconsciente e foi declarado morto ao chegar ao hospital.

"Desde então passo todos os meus momentos pensando em como eu poderia ter salvado meus dois filhos", disse. BBC

Obama pede a religioso americano que desista de queimar o Alcorão

O presidente dos EUA, Barack Obama, criticou nesta quinta-feira (9) o plano de um líder religioso da Flórida de queimar exemplares do Alcorão, o livro sagrado do Islã.

Em entrevista ao programa de TV "Good Morning America", Obama disse que a atitude está sendo usada pela rede terrorista da al-Qaeda como ferramenta para recrutar militantes. Ele pediu ao pastor que reconsidere a decisão.

"Isso pode provocar violência em lugares como o Paquistão e o Afeganistão", disse Obama. "Isso poderia aumentar o recrutamento de indivíduos que gostariam de se explodir em cidades americanas ou europeias."

A pequena igreja da Flórida vem ignorando as críticas mundiais e mantém seus planos de queimar em torno de 200 exemplares do Alcorão.

Apesar das condenações feitas por governos, funcionários americanos, militares e líderes religiosos mundiais, a igreja informou vai queimar livros sagrados do islã no aniversário dos ataques de 11 de setembro.

"Nós sentimos que essa mensagem é importante. Nós ainda estamos determinados a fazê-lo, sim", declarou o pastor Terry Jones à CBS nesta quarta-feira.

Ele disse que a mensagem da igreja é destinada a deter os radicais do islã.

"Nós queremos que eles saibam que, se estão na América, precisam obedecer nossas leis e Constituição e não empurrar lentamente a agenda deles sobre nós", completou. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

De aplicação rara, lei da vadiagem prossegue

Ele já respondeu na Justiça por tráfico de drogas, sequestro e vadiagem. Esta última acusação, de vadio, é a que mais o incomoda em sua trajetória no mundo do crime. “Nunca fui vadio, sempre trabalhei”, defende-se Hélio da Silva Sampaio, 51 anos, mais conhecido como Virinha ou Viriato de Acari.

Foi feirante, exerceu algumas das atividades criminosas citadas acima, mas, garante, sempre pegou no pesado, como faz hoje em seu trabalho no cais do porto, na Zona Portuária do Rio.

"A vida não me ofereceu muitas oportunidades. Fui crescendo e aprendendo com os mais velhos. A oferta maior era a do crime. Muitos dos meus companheiros, que entraram comigo para essa vida, estão mortos. Eu sou um sobrevivente. Participei de vários confrontos com a polícia, levei muitos tiros, mas sobrevivi. Hoje, quero viver bem com a minha mulher, trabalhar honestamente e jogar meu futebol", conta, mostrando as marcas de tiros pelo corpo ao lembrar sua trajetória.

Embora todos no bairro saibam que ele é o Viriato de Acari – batizado desta forma pelos policiais, segundo ele, para relacionar seu nome aos crimes na favela –, atualmente é chamado pela maioria de Hélio ou Seu Hélio. Ele foi um dos últimos processados por vadiagem no Brasil, segundo juristas consultados pelo G1.

A vadiagem é uma contravenção prevista no artigo 59 do decreto-lei 3.688 de 1941. A lei classifica como vadiagem "entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita". A pena pode variar entre 15 dias e três meses - clique aqui para ver.

"Viriato" foi preso e denunciado pelo Ministério Público por vadiagem em 1992. De acordo com a denúncia, ele trabalhava na rua como "lugar-tenente" do tráfico em Acari. A Justiça do Rio abriu processo contra ele. Ele recorreu pedindo o trancamento da ação penal ao Tribunal de Alçada Criminal do estado, que negou. O caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça, que acabou decidindo pelo fim do processo em 1993 porque o réu "provou exercer atividade laborativa lícita". Na ocasião, ele afirmou que trabalhava no cais do porto.

Hoje, Hélio tem o respeito dos amigos. “É o comportamento dele que impôs isso. É uma pessoa alegre, afável, carinhosa com as crianças e os moleques. Merece respeito”, revelou um parceiro do futebol de Irajá, subúrbio do Rio, à reportagem, que acompanhou um jogo no último domingo (5).

Apesar da amizade, ele não escapa da gozação dos colegas de bola. “Quer sofrer, fica aí para assistir o Hélio jogar”, brinca um dos amigos, acompanhado da zoação dos demais, enquanto a dona do bar começa a servir tigelas de mocotó em meio a um esquentado bate-boca e troca de acusações sobre “entradas desleais”.

“Esses caras não sabem o que é entrada desleal. Eu, ainda moleque, trabalhando na feira, fui enquadrado por vadiagem, por falta de carteira assinada e outros documentos. O sargento me deixou horas de castigo no DPO (Destacamento de Policiamento Ostensivo) de Acari. Foi a maior humilhação, e só estimulou minha entrada no crime”, afirma.

Mas, ao se transformar em Virinha – apelido que ganhou por jogar bola de gude com habilidade e fazer uma elipse perfeita “virando” simultaneamente várias bolas do adversário – passou a se destacar na favela. Logo foi convidado para entrar no grupo dos “velhos” traficantes, que viam nele uma espécie de liderança.

“O Cy de Acari (Darcy da Silva Filho), que era o chefão na favela naquela época (década de 1980), dizia que eu era um garoto esperto e mandou eu fazer a contabilidade do tráfico. Não demorou muito e fui escolhido um dos homens fortes dele”, lembrando a formação de grupos armados que atuavam naquela região (Irajá, Acari, Fazenda Botafogo, Coelho Neto, Vigário Geral e Parada de Lucas). Cy foi assassinado em 1999.

Além de Cy, Viriato também conviveu com os criminosos mais procurados pela polícia, na época, Tonicão e Jorge Luís. “Botaram muita coisa na minha conta, também. Diziam que o Jorge Luís respondia a 66 processos. Em meu nome tinha mais de 30, a metade. Pô, quem era o chefe do tráfico era ele, não eu. Foi Deus que me livrou desse mundo do crime”, acredita, garantindo que já cumpriu a pena que lhe cabia na Justiça.

Viriato diz que deixou o crime quando um fornecedor de drogas e armas desistiu de fazer uma entrega no dia combinado, a pedido da mulher evangélica. Mas, mesmo sem a encomenda, o traficante fez o percurso acertado como se estivesse com o material.

“Foi abordado pela polícia, mas não estava com nada. Nós dois escapamos do flagrante. Para mim, isso é um livramento de Deus. Ele disse que foi graças às orações da mulher dele. Esse companheiro deixou o crime, a partir daquele dia, eu também, claro”, conta.

Vadiagem controversa - O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal de São Paulo diz que os casos de processo por vadiagem eram comuns até a década de 70. Depois da promulgação da Constituição, em 1988, foram poucos os casos – entre eles, o de Viriato.

"A lei que contém a vadiagem é de 1941. É uma contravenção, como se fosse um crime menor. O legislador entendeu que alguns delitos de menor expressão deveriam ser considerados contravenção penal. De lá para cá o Brasil mudou, as coisas mudaram. Em algumas cidades do Brasil, a sua aplicação ainda pode ocorrer. Mas dificilmente será aplicada em cidades grandes, como São Paulo."

Para o magistrado, no entanto, é uma lei que não deve ser aplicada. "É mais fácil que o filho do pobre seja considerado vadio, porque fica ali na rua. O filho do rico, se não trabalhar, vive da renda do pai, faz outras coisas, não será considerado vadio, embora os dois tenham condições iguais para o trabalho. É totalmente inconstitucional."

O defensor público Gabriel Habib, da Defensoria Pública Federal no Rio de Janeiro, disse que a lei está em desuso porque traz conceitos que não são claros nem precisos. "O que é ociosidade? O que é subsistência? Geram dúvidas. Então a lei não caducou, mas está em desuso. Sobretudo em um país de miseráveis com tanto desemprego. Todo mundo sem emprego, renda, poderia ser condenado por ser vadio. Vadiagem não é contravenção. É um problema social. O próprio estado abandona o cidadão, depois quer punir por vadiagem?"

Em consulta ao site da Câmara dos Deputados, o G1 localizou ao menos quatro projetos de lei que revogam o artigo. No ano passado, o Congresso revogou o item que considerava a mendicância uma contravenção penal, mas não mexeu na punição à vadiagem.

Cidades que aplicam - Apesar das críticas dos juristas, o G1 localizou duas cidades brasileiras que dizem aplicar atualmente a lei da vadiagem.

Em Goioerê, uma cidade paranaense de 30 mil habitantes, o delegado local enquadrou oito pessoas por vadiagem neste ano. O escrivão da polícia local Mauro Lima contou ao G1 que a estratégia visa reduzir a criminalidade.

"Se alguém liga e avisa que tem pessoas em uma construção há duas horas consumindo drogas. A gente chega e não encontra nada. Pergunta se trabalha, se está desempregado ou procurando emprego. Autua o cidadão e leva para delegacia. Faz então um termo circunstanciado, mas como a pena não ultrapassa dois anos de prisão, ele é solto. Encaminhamos para a Justiça e já marcamos a primeira a audiência. Aí fica com o Ministério Público", explicou.

Mas o promotor da cidade paranaense, Thadeu Augimeri de Goés Lima, disse ao G1 que esse tipo de acusação não vira processo na cidade. "Eu entendo que essa contravenção não existe depois da Constituição de 1988. Contraria princípios do direito democrático. Ele penaliza, na verdade, um modo de ser e não de fazer." Para o promotor, se alguém estiver na rua trabalhando com tráfico de drogas, por exemplo, tem de ser penalizado no segundo aspecto.

"Eu não denuncio com base na lei da vadiagem. Quando os termos chegam no Juizado Especial Criminal, eu opino pelo arquivamento", destaca o promotor.

Em Assis, no interior de São Paulo, o delegado de polícia Luis Fernando Quinteiros de Souza causou polêmica quando decidiu aplicar a lei no ano passado. Ele explica, no entanto, que ninguém foi preso na cidade por vadiagem. "Essa operação, na realidade, foi para controlar e reduzir a criminalidade na cidade. Há muitas pessoas desocupadas, mas honestas. Mas gente que nunca procurou emprego? Procuramos verificar pessoas que sequer tinham procurado trabalho honesto."

Souza disse que as pessoas eram abordadas e orientadas sobre a necessidade de procurar trabalho honesto para não serem enquadradas na lei da vadiagem. "Foi mais um trabalho de marketing que deu resultado porque diminuiu a criminalidade na cidade. E continuamos com esse trabalho para restabelecer a ordem, que é chamado de 'Tolerância Zero'."

De acordo com o delegado de Assis, os policiais na cidade são orientados para continuar abordando eventuais "desocupados" pela lei da vadiagem. G1

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Canadá adia sacrifício de ursos protetores de plantação de maconha

As autoridades do Canadá decidiram estender o prazo para execução dos ursos descobertos em uma plantação de maconha na Província canadense de Colúmbia Britânica.

Inicialmente, os animais iriam ser eliminados, mas inúmeros protestos na internet tentaram reverter a decisão.

Os policiais, que encontraram mais de 20 ursos em uma zona afastada à beira do lago Christina na Colúmbia Britânica, pensaram, em um primeiro momento, que os cultivadores usavam os animais para espantar ladrões.

Depois, foi descoberto que os ursos eram tratados como animais de estimação, sendo até alimentados com rações para cachorro.

Mas, a situação dos animais, que foi objeto de reportagens e alvo da mídia, mobilizou centenas de internautas que fizeram um abaixo assinado pedindo que os ursos fossem poupados.

O ministro do Meio Ambiente da Colúmbia Britânica, Barry Penner, declarou na última terça-feira (31) à noite que o proprietário da plantação de maconha, deixado em liberdade durante a investigação, havia recebido ordens para continuar a alimentar os ursos até meados de novembro, quando os animais começam a hibernar.

- Eles se distanciarão gradualmente. Quando acordarem na primavera, poderão retomar a vida selvagem normalmente, longe dos homens. Espero um final feliz, mas não é garantido.

Cerca de 160 mil ursos negros vivem na Colúmbia Britânica, o que representa um quarto da população desses animais no Canadá.

Ao longo dos últimos três anos, mais de 1.200 foram eliminados por causa de conflitos com homens. AFP

Guarda Costeira diz que incêndio foi extinto e nega poluição no golfo do México

O incêndio que atingiu nesta quinta-feira (2) uma plataforma de petróleo no golfo do México foi extinto e não há sinais de poluição na região, informou a Guarda Costeira dos Estados Unidos.

Mais cedo, a mesma Guarda disse que a empresa Mariner Energy, responsável pela plataforma, relatou que vestígios de óleo podiam ser vistos em 1,5 km no golfo. No entanto, a companhia afirmou em um comunicado que um sobrevoo na área não encontrou vazamento de óleo, segundo a rede americana msnbc.com.

Em entrevista ao jornal The New York Times, o capitão Peter Troedsson, chefe de gabinete do oitavo distrito de Guarda Costeira, não soube explicar o relatório equivocado anterior, e simplesmente responde que não é possível ver sinais de vazamento.

- As embarcações e aeronaves em cena não viram qualquer vestígio.

A plataforma de petróleo explodiu e pegou fogo na manhã desta quinta, forçando 13 trabalhadores a se jogar ao mar. Um deles ficou ferido, segundo a Guarda Costeira.

Quatro navios e vários helicópteros foram enviados ao local da explosão para resgatar os trabalhadores.

A plataforma da Mariner Energy operava em águas relativamente pouco profundas, a 135 m, e não produzia petróleo no momento da explosão.

O acidente aconteceu mais de quatro meses depois da explosão e do afundamento da plataforma Deppwater Horizon, da BP - também situada no golfo do México -, que provocou 11 mortes e a pior maré negra da história dos EUA. R7

Gol ´impossível´ de Roberto Carlos analisado

Em 1997, durante o Torneio da França, o lateral-esquerdo da seleção brasileira Roberto Carlos cobrou uma falta a 35 metros do gol (foto).

A bola fez uma trajetória tão curva que, antes de balançara rede, parecia certeza de que sairia para o fundo do campo. Agora, cientistas explicam que o lance quase impossível não foi um golpe de sorte: ele pode ser explicado fisicamente.

O já famoso chute ocorreu durante um torneio amistoso entre Brasil, Fraça, Itália e Inglaterra (vencido por esta última).

Ele é descrito por muitos como sorte – talvez até mesmo ajudado por um golpe de ar repentino. A questão é que a trajetória daquela bola fez uma curva tão pronunciada que o então goleiro francês (Fabien Barthez) nem se moveu.
Mas estudando um conhecido fenômeno da física (o efeito Magnues, que dá a bolas girando uma trajetória curva), uma equipe da École Polytechnique em Palaiseau, perto de Paris, descobriu que o gol de Roberto Carlos pode ser equacionado. A equipe foi além: analisou diferentes esportes e o “giro” aplicado nas bolas utilizadas para medir a existências dessas chamadas “reações imprevisíveis”.

Usando pequenas bolas plásticas e estilingues, os pesquisadores variaram a velocidade e giro de bola viajando em uma bacia de água em diferentes trajetórias. Os dados mostraram que existe uma distância mínima, e uma força mínima necessária, que fazem com que a fricção exercida pela atmosfera diminua a velocidade da bola o suficiente para que o giro ganhe maior importância, direcionando a trajetória. Isso explica a mudança de última hora na direção.
O mesmo fenômeno foi aplicado a diferentes esportes. Foram calculados o tamanho da bola, a densidade, velocidade máxima de lançamento, o giro padrão, tamanho do campo e a gravidade. Comparado esses números foi possível identificar os “esportes dominados pela aerodinâmica” (tênis de mesa, golfe e tênis), aqueles dominados pela gravidade (basquete e handball) e, no meio da tabela criada pelos pesquisadores, aqueles esportes afetados tanto pela gravidade como pela aerodinâmica de forma equivalente (futebol, vôlei e baseball).

Na primeira categoria, o giro é sistematicamente usado; na segunda, ele não é relevante e, na terceira, ele aparece ocasionalmente, para produzir trajetórias surpreendentes.

No caso de Roberto Carlos, por exemplo, a distância de 35 metros de seu chute está próximo ao estimado pela equipe (54 metros, dependendo da força). Dado que o chute tenha força o suficiente (“outra característica das habilidades de Roberto Carlos”, escrevem os pesquisadores), a trajetória da bola se curva brutalmente, a uma velocidade grande o bastante para surpreender o goleiro.

A pesquisa foi publicada no New Journal of Physics. INFO

Sobrevivente de chacina no México diz que viajava com 76 pessoas

O equatoriano Luis Freddy Lala Pomavilla, que sobreviveu à chacina de 72 migrantes latino-americanos na semana passada no México, disse que viajava com 76 pessoas quando foi interceptado pelo grupo que cometeu o massacre, informou o governo do Equador nesta quinta-feira (2).

- Viajavam comigo 76 pessoas.

Pomavilla fez a declaração no avião da presidência equatoriana que o levou de volta a seu país, no domingo.

Após o massacre, as autoridades mexicanas acharam 72 corpos e, na quarta-feira, confirmaram a existência de um segundo sobrevivente de nacionalidade hondurenha. Esse fato foi anteriormente revelado pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, baseado no testemunho de Pomavilla.

Sobrevivente alerta para perigos de entrar nos EUA ilegalmente

O equatoriano ratificou que a matança foi cometida pelo cartel de narcotraficantes Los Zetas, razão pela qual pediu a seus compatriotas que não tentem voltar ilegalmente aos Estados Unidos através do México.

- Não venham, há muitos bandidos que não deixam passar, não venham mais. Digo a todos os equatorianos que não viajem mais porque Los Zetas estão matando muita gente.

As autoridades mexicanas identificaram até agora 33 das 72 vítimas: 12 salvadorenhos, quatro guatemaltecos, um brasileiro e 16 hondurenhos, cujos corpos foram repatriados na quarta-feira.

Os 56 corpos foram enviados ontem à capital mexicana para análises das autoridades legistas. O corpo do brasileiro Juliard Aires Fernandes, de 20 anos e que era de Minas Gerais, pode ser liberado ainda hoje.

Honduras suspende repatriação de imigrantes

Ainda hoje, o governo hondurenho, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, decidiu cancelar a repatriação dos cidadãos do país mortos no México.

A informação foi confirmada pelo ministro Mario Canahuati, citado pelo jornal mexicano La Prensa. De acordo com a publicação, a decisão foi tomada após quatro dos 16 corpos repatriados ontem terem sido enviados erroneamente.

Na quarta-feira, as 16 primeiras vítimas identificadas como hondurenhas, foram recebidas por familiares e pelas autoridades em Tegucigalpa. Contudo, segundo o ministro, "houve cadáveres enviados erroneamente", pois "não correspondiam" às pessoas cujos nomes foram divulgados.

Outros seis corpos seriam enviados nos próximos dias, cinco deles já estariam "pré-identificados" e devem chegar entre amanhã e o fim de semana.

Honduras analisa agora a possibilidade de mandar ao México especialistas do Ministério Público para colaborar nas identificações. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

PROJETO DE LEI: Lula veta presunção de paternidade quando há recusa a teste de DNA

O presidente Lula vetou integralmente o projeto de lei que admitia a paternidade de forma subentendida nos casos em que o homem se recusa a fazer teste de DNA. A proposta havia sido aprovada pelo Senado Federal em agosto.

O projeto - de autoria da deputada Iara Bernardi (PT-SP) – previa “presunção relativa” de paternidade quando o pai se negasse a passar por exame genético, que poderia ser requerido “por quem tenha legítimo interesse na investigação” ou pelo Ministério Público.

Na explicação para o veto – publicado nesta quinta-feira (2) no Diário Oficial da União – a presidência da República alega que a presunção de paternidade já é estabelecida pela lei 8.560/92.

- O texto aprovado e ora sob análise apresenta hipótese de aplicação da presunção de paternidade, já prevista no parágrafo único do art. 2º-A da Lei nº 8.560.

De acordo com o que a lei atual define, a recusa do réu em se submeter ao exame de código genético (DNA) pode gerar a presunção da paternidade, mas deve ser apreciada juntamente com outras provas que sustentem a ação. Ou seja, não se poderá admitir a paternidade se não houver outras evidências que comprovem o vínculo.

O próprio relator do projeto no Senado, Antônio Carlos Junior (DEM-BA), admitiu que a matéria em pouco altera a lei em vigor.

- É um pouco repetitivo, pode até ficar redundante, mas é um reforço

O projeto inicial previa também a possibilidade de, na ausência do suposto pai, o juiz determinar a realização de exame de DNA em parentes consanguíneos. A emenda, no entanto, foi retirada ainda no Congresso porque contraria jurisprudência emitida pelo Superior Tribunal de Justiça.

José Alencar

O vice-presidente da República, José Alencar, enfrenta na justiça um processo de reconhecimento de paternidade. No último dia 23, a defesa do político entrou com recurso contra a decisão de primeira instância que o obriga a reconhecer a mineira Rosemary de Morais como filha.

De acordo com o advogado José Diogo Bastos Neto, que defende o vice-presidente na ação, a decisão do juiz de primeira instância foi tomada “contra as provas dos autos”. Segundo Bastos, provas testemunhais e documentais indicavam a “impossibilidade” de Alencar ser pai de Rosemary.

Alencar se nega a fazer um teste de DNA porque, segundo o advogado, há um entendimento do STJ que garante o direito de recusa quando não há indícios de paternidade.

- Quando a ação foi ajuizada, a história era tão absurda e sem prova nenhuma que a recusa [ao teste de DNA] é justificável. Há entendimento jurisprudencial do STJ sobre isso. R7