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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Crise amplia pressão da web sobre DVDs e TV a cabo

Matthew Bowers, de Chicago, pagou para ter a HBO em sua casa todos os meses por quase duas décadas. Ele sintoniza o canal ocasionalmente para assistir aos episódios de Entourage e de tempos em tempos compra um filme em pay-per-view. Recentemente, a família toda assistiu a Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet.

Mas quando sua empresa o demitiu em setembro, ele começou a pensar sobre o valor que pagava pelo canal de TV a cabo. "É ridículo pagar por esse serviço que raramente uso quando posso conseguir a mesma coisa online e economizar muito dinheiro," ele disse. O resultado? A HBO está perdendo um cliente.

Será que uma economia em frangalhos atrasa ou acelera a tendência de se assistir a programas e filmes da TV na web e em aparelhos móveis? A indústria do entretenimento não gosta da resposta que rapidamente está se tornando óbvia: uma economia global em crise quase certamente significa uma grande aceleração do movimento em direção a novas formas de consumir conteúdo, preparando terreno para um novo choque entre consumidores e estúdios.

O atual período sombrio sacudiu as bases de Hollywood. Hoje, os DVDs são a fonte de lucro da indústria e a Nielsen VideoScan reportou uma queda de 9% nas vendas de DVD no terceiro trimestre, em comparação ao mesmo período do ano anterior - antes da economia entrar em crise. Na televisão, os anúncios vitais de automóveis estão cada vez mais escassos.

Além disso, os consumidores agora contam com formas mais baratas de assistir a filmes e programas de TV. Hulu, Vudu, YouTube, Netflix, Amazon Video on Demand, iTunes, Crackle, FunLittleMovies.com, Movielink, CinemaNow. A lista não acaba. Como resultado, estúdios de filmes e televisão parecem mais decididos do que nunca a proteger seus negócios estabelecidos da canibalização da nova mídia, que cresce rapidamente, mas ainda gera muito pouca receita em termos comparativos.

Um estudo da JupiterResearch, divulgado no final de setembro, perguntava aos consumidores como eles achavam que a economia em apuros afetaria seus gastos habituais com mídia. Entre os adultos de 25 a 34 - um grupo de jovens cobiçado pelas empresas de mídia - os ingressos de cinema e canais especiais de TV a cabo seriam os primeiros a ser cortados. O último seria a banda larga.

Nem todos os estúdios estão na defensiva. A Sony, por exemplo, acredita cada vez mais que a mídia antiga e a nova são complementares. "Quando a TV apareceu, as pessoas pensavam que o cinema acabaria, mas isso não aconteceu," disse Mosko. "Agora é a mesma situação. Esses negócios podem coexistir." (A Sony, obviamente, ganha muito dinheiro com aparelhos digitais.)

A maioria das empresas de mídia está em posição mais delicada. Mas James L. McQuivey, analista da Forrester Research, prevê que qualquer esforço renovado de resistência por parte dos estúdios será inútil. "A essa altura, desacelerar o fluxo de filmes e programas de TV nas novas plataformas seria um pouco como tirar as drogas de um viciado," ele disse. "As pessoas querem mais e mais e mais." (The New York Times)

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