"Sergio", de Greg Barker fez sua estréia mundial no último sábado no Festival de Sundance em sessão totalmente lotada. O longa, que concorre na mostra competitiva de documentários, é sobre a vida do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto num atentado terrorista à sede da ONU em Bagdá em 19 de agosto de 2003. O documentário é forte e alterna momentos da vida de Vieira de Mello com as impressionantes imagens filmadas no dia da explosão e as tentativas infrutíferas para salvá-lo.
Após a projeção, o debate com a platéia girou em torno da origem do filme, da vida do diplomata e, principalmente, a razão de sua trágica morte não ter sido evitada.
– Quis mostrar parte da vida de uma pessoa fascinante e que conseguiu realizar missões tão importantes em sua trajetória – ressaltou o diretor, que chegou acompanhado da jornalista e escritora Samantha Power, autora de O homem que queria salvar o mundo, no qual o filme é baseado.
Indagado sobre a ausência da mulher e dos filhos do diplomata no filme, o diretor disse que eles foram procurados pela equipe de produção para darem depoimentos.
– Eles preferiram não participar e eu procurei respeitar isso – contou o diretor, que incluiu no filme emocionados depoimentos da mãe e da ex-noiva de Vieira de Mello, a argentina Carolina Larriera.
Por mais de uma vez, Barker tentou responder por que – como é exaustivamente mostrado no longa – não havia equipamentos adequados para enfrentar uma tragédia daquele porte, já que havia um risco iminente de atentados na região.
– Acho que as forças da coalizão em Bagdá realmente não estavam preparadas para aquele tipo de situação – opinou Barker, acrescentando que, na medida em que precisou se aprofundar na questão para realizar o documentário, ficou mais convencido do fato.
Estão programadas mais cinco sessões do filme, uma delas em Salt Lake City, capital do estado de Utah. (Jornal do Brasil)
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