Militares venezuelanos tomaram neste sábado o controle de sete portos e aeroportos, entre eles os da cidade de Maracaibo, segunda mais importante do país e reduto da oposição, pondo em prática uma polêmica lei que devolveu ao Executivo a administração dessas instalações.
Os soldados ocuparam os terminais portuário e marítimo da petroleira Maracaibo (estado de Zulia, oeste) e os dos estados de Carabobo (centro) e Nueva Esparta (norte), assim como o porto de Guanta (estado de Anzoátegui, leste), anunciou o presidente Hugo Chávez, que ordenou a medida.
"Nesta madrugada, começamos a reverter o desmembramento da unidade nacional, do território, da soberania. Estamos reunificando a pátria que estava partida em pedaços. Este é um passo muito importante", declarou Chávez.
O presidente do Instituto Nacional de Aeronáutica Civil (Inac), José Luis Martínez, informou que a operação transcorreu sem incidentes e que as "novas autoridades mantêm contato com as administrações anteriores".
A administração de portos, aeroportos e rodovias era, até agora, competência dos governos estaduais.
A ocupação das instalações aconteceu como parte de uma reforma legal aprovada pelo Parlamento - dominado pelo governo - que reverteu, parcialmente, a lei de descentralização, em vigor há 20 anos. Com isso, o governo federal pode assumir a administração das autoestradas, portos e aeroportos nos estados que considerar necessário.
A reforma é rejeitada pelos governadores de oposição, os quais Chávez ameaçou mandar para a cadeia se tentarem impedir os militares. Os opositores, que governam em cinco dos 22 estados venezuelanos, assim como na prefeitura metropolitana de Caracas, consideram a medida ilegal, alegando que a própria Constituição lhes garante essas competências. FRANCE PRESSE
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