No ranking do Relatório Global de Tecnologia da Informação, divulgado na última quinta-feira (26) pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), o Brasil está apenas na 59ª posição entre os 134 países analisados, a mesma colocação que o país ocupava na lista de 2008. Um golpe duro para um governo que neste mês estava comemorando as realizações do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação, projeto que começou em 2007 e deve investir 40 bilhões na área até 2010.
O problema para o Brasil avançar no uso de tecnologias não é investimento público. "O governo brasileiro está investindo muito em tecnologia, mas obviamente um país como o Brasil tem muito mais problemas que outros países", afirmou Irene Mia, co-autora do relatório. "É preciso melhorar a infraestrutura". Segundo a economista sênior do WEF, a baixa qualidade da educação, o excesso de regulamentação do ambiente econômico e o sistema tributário são os principais motivos que mantêm baixa a nota do país.
O resultado do ranking, contudo, não quer dizer que o Brasil não melhorou. "O Brasil melhorou, mas não tanto quando outros países. Mas temos que levar em consideração que incluímos sete novos economias na lista este ano. E é a primeira vez que o Brasil fica na frente do México, por exemplo", disse. O México caiu para o 67º lugar, perdendo nove posições, bem pior do que as seis que o Brasil perdeu entre os relatórios de 2007 e 2008.
A pesquisa da WEF leva em consideração 68 tópicos relacionados ao uso de tecnologias da informação pelo governo, por empresas privadas e pela população. Em alguns desses quesitos o Brasil se sai muito bem, como por exemplo na "sofisticação do mercado financeiro", em que aparece na 21ª posição, e "serviços governamentais online", na 26ª. O 13º lugar em "quantidade de fornecedores locais" é a melhor colocação do país.
Mas enquanto o governo e as empresas privadas se destacam em pontos específicos, o Brasil peca em quesitos cruciais. A qualidade do sistema educacional e do ensino de matemática e ciência, base de inovações tecnológicas futuras, está entre as piores do mundo (em 117º e 124º, respectivamente). Na questão "extensão e efeitos da tributação" o país está, de fato, na última posição.
O relatório da WEF deste ano teve como tema a mobilidade das tecnologias de comunicação e informação. Segundo os dados da pesquisa, o Brasil tem uma média de 63 celulares para cada 100 habitantes. E essa taxa continua crescendo: dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram que em fevereiro de 2009 o país ultrapassou a quantia de 152 milhões de celulares. Por outro lado, menos de 30% da população tem acesso à internet.
Entre os principais países emergentes, o Brasil ocupa uma posição intermediária, à frente da Rússia (76º), mas atrás da China (46º) e da Índia (54º). Pela terceira vez consecutiva Dinamarca e a Suécia lideram o ranking, seguidas pelos Estados Unidos, Cingapura e Suíça. ÉPOCA
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