De acordo com Mantega, a expectativa do governo com as medidas é que o emprego tenha saldo positivo em 2009. Mantega disse que, antes do resultado do PIB, esperava um crescimento de 4% da economia neste ano. Agora, o ministro diz que ficará satisfeito com qualquer resultado positivo.
"Vou me dar por satisfeito em 2009 se tivermos crescimento positivo de 1%, 2%, seja qual for ele. De modo que consigamos manter as conquistas dos últimos anos", disse referindo-se, entre outros aspectos, ao nível de emprego.
Aumento no cigarro - Segundo o ministro Guido Mantega, com a redução dos impostos o governo teria uma renúncia fiscal de R$ 1,5 bilhão, mesmo valor que se deve obter com o aumento sobre o preço do cigarro.
Segundo ele, "para poder diminuir a receita, temos que providenciar uma nova fonte. Aumentando os tributos do cigarro, que é um setor que não prejudica a produtividade e o emprego, é uma troca bastante conveniente", disse.
"Estamos caminhando no sentido de desistimular o consumo do cigarro e, com os recursos, vamos pagar a conta das outras medidas", disse Mantega.
Setor Automobilístico - Mantega anunciou a prorrogação por mais três meses da redução da cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a compra de carros novos.
A tabela do IPI para automóveis tem validade até o final de março e é a seguinte: carros de até 1.000 cilindradas terão alíquota reduzida de 7% para zero; carros acima de 1.000 até 2.000 cilindradas movidos à gasolina terão IPI reduzido de 13% para 6% e movidos a álcool ou flex, de 11% para 5,5%; carros acima de 2.000 cilindradas terão IPI mantido em 25% para os à gasolina e em 18% para os a álcool e flex; picapes de até 1.000 cilindradas terão redução do IPI de 8% para 1%; e de 1.000 até 2.000 cilindradas terão redução geral de 8% para 4% no IPI.
De acordo com o ministro, o setor automobilístico movimenta 23% do PIB industrial. "[A redução] Permitiu baratear automóveis e estimular a demanda. O efeito foi muito eficiente", disse.
De acordo com ele, a indústria automobilística brasileira foi a que menos sofreu os efeitos da crise. "Acredito que em fevereiro e março já estamos com venda e produção maior que janeiro e março do ano passado. Nos outros países continua caindo."
Mantega anunciou que o acordo para a prorrogação do IPI menor sobre veículos prevê a manutenção de empregos nas montadoras. A medida foi negociada entre os ministérios do Trabalho, Fazenda e Planejamento com sindicalistas.
Construção civil - De acordo com o ministro, as medidas voltadas para o setor de construção, que reduz impostos nos produtos de construção, valerão até o programa habitacional, que prevê 1 milhão de moradias, comece a dar frutos.
"Essa redução vai estimular a autoconstrução [pessoas que fazem pequenas reformas], e isso tem impacto muito grande no setor."
Motos - Ao anunciar a redução do Cofins para o setor de motos, o governo disse esperar que haja uma retomada nas vendas assim como ocorrou no setor automobilístico com a redução do IPI.
Dados apresentados nesta segunda apontam que houve uma redução de 58% nas vendas de motocicletas em fevereiro de 2009 com o mesmo mês do ano anterior. "Espero que como nos automóveis, o setor de motos possa ter uma retomada", afirmou o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge.
Medidas anteriores - Ao anunciar o pacote de estímulo à economia, Mantega relembrou medidas postas em prática anteriormente. Mantega disse que o governo manteve os investimentos do PAC e pediu que as obras fossem aceleradas. Com isso, segundo ele, o emprego teria estímulo em razão do aumento de turnos.
Mantega afirmou também que o governo já havia disponibilizado R$ 100 bilhões do BNDES para empresas. Segundo ele, a medida foi importante porque a taxa do banco estatal é mais baixa que outras instituições financeiras.
Mantega citou ainda o programa de habitação do governo, que vai garantir o nível de investimento alto na construção civil.
Segundo ele, a Petrobras também contribuiu mantendo investimentos para 2009 em R 60 bilhões, mesmo com a crise. Na avaliação do ministro, a medida ajusta a outras empresas da cadeia de petróleo e gás. O ministro citou ainda a redução de IOF para pessoas físicas e a nova tabela do imposto de renda, que passou a valer em janeiro deste ano. G1
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