O Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas) multou ontem (20) em R$ 88.905 o Hotel de Selva Ariaú Amazon Towers, o maior empreendimento de ecoturismo da Amazônia, por crimes ambientais.
Foram cinco autos de infração, por queima de resíduos sólidos, vazamento de combustível, poluição das águas do Ariaú (braço do rio Negro) com toda espécie de lixo, entre outros crimes.
Aberto em 1986, o Hotel de Selva Ariaú Amazon Towers está localizado no município de Iranduba (60 km de Manaus). O empreendimento fica dentro de uma unidade de conservação estadual, a 6 km de distância do Parque Nacional de Anavilhanas. Pioneiro na modalidade de ecoturismo, o proprietário do hotel, Francisco Rita Bernardino, afirma que sempre conservou a floresta.
Na sexta-feira, ele não quis assinar os autos de infração. O Ipaam deu um prazo de 30 dias para o empresário pagar a multa e 20 dias se ele quiser recorrer.
A diretora técnica do Ipaam, Aldenira Rodrigues Queiroz, diz que desde 2005 o licenciamento do Ariaú está suspenso por descumprir um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). A empresa não implantou fossas sépticas e tratamento de esgoto adequado às normas ambientais.
Em fiscalização realizada neste mês por determinação do Ministério Público Federal, os fiscais encontraram o sistema de tratamento em área que pode ficar submersa no período de cheia do rio, sem qualquer tipo de melhoria.
No relatório do Ipaam, os fiscais dizem ter encontrado ainda lixo e resíduos sólidos a 2,5 km do empreendimento. Na área utilizada para reciclagem dos resíduos havia cultivo de hortaliças e criação de animais, como galinhas e porcos.
"É uma situação alarmante. É vendida uma imagem de preservação da Amazônia e não é isso que os nossos técnicos viram no hotel", diz Queiroz.
Em janeiro, o Ministério Público Federal do Amazonas abriu inquérito civil público após receber denúncias de danos ambientais. O hotel tem 360 apartamentos distribuídos em torres construídas com madeira. Eles ficam na altura da copa das árvores.
Procurado pela reportagem, o Hotel Ariaú destacou o engenheiro civil Eduardo Costa para falar. Ele diz ter estranhado as multas, pois já havia sido estipulado um prazo de até 90 dias para que a empresa pudesse se regularizar. O Ipaam diz que as multas se referem às irregularidades encontradas na blitz, e não em razão da falta do licenciamento.
Costa afirma que a empresa investiu R$ 65 mil no contrato com uma empresa para o tratamento de esgoto e reciclagem do lixo. "As deficiências apontadas existem e estão sendo corrigidas. Não há risco de a atividade do hotel ser embargada. Estamos tentando cumprir todas as solicitações feitas." AGÊNCIA FOLHA
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