Enquanto buscava os sobreviventes do massacre da gleba Corumbiara, Vincent Carelli acabou encontrando este homem, último índio de outra tribo da região. Ele se recusou a fazer contato e vive até hoje isolado
A ocupação da Amazônia pelo homem branco causou inúmeros conflitos com os habitantes originais dessa região, os indígenas, que quase sempre levaram a pior na disputa.
O festival de documentários É Tudo Verdade traz um filme que investiga um desses episódios de barbárie: o massacre, em 1985, de um grupo de índios isolados (que não tinha contato com os brancos) que vivia no sul de Rondônia.
A terra foi dividida para colonização nos anos 70 e nela foram estabelecidas grandes propriedades rurais. “Conversei com a firma que demarcou a gleba e os índios foram encontrados já na quela época. Duas equipes chegaram a largar a demarcação. Ela deveria ter sido interrompida”, diz Vincent Carelli, diretor de ‘Corumbiara’, que pesquisou o massacre durante 20 anos.
“Levamos 9 anos para achar os sobreviventes e mais 2 para encontrar outros índios que soubessem falar sua língua para que pudéssemos nos comunicar com eles”, conta o diretor. O primeiro contato foi em 1995. “No massacre morreram entre oito e dez pessoas, e outras sete sobreviveram”, diz Carelli. “Dois dos sobreviventes têm marcas de bala”.
Ninguém foi condenado pelo massacre, mas o cineasta, que antes trabalhava na Fundação Nacional do Índio (Funai), tem esperança de que se faça justiça: “Na época não houve investigação, mas o crime de genocídio não prescreve”.
O festival É Tudo Verdade acontece até 5 de abril em São Paulo e no Rio, e de 14 a 26 de abril em Brasília.
Veja os horários e salas onde o filme será exibido no site do festival (clique aqui). GLOBO AMAZÔNIA
0 comentários:
Postar um comentário