Chega aos cinemas do mundo todo, nesta sexta-feira, o documentário italiano "Novo Século Americano", do italiano Massimo Mazzucco. No Brasil, o filme, que tem apoio do cineasta Fernando Meirelles ("Cidade de Deus", "Ensaio Sobre a Cegueira"), estreia em São Paulo e no Rio.
O lançamento de "Novo Século Americano" faz parte do projeto "I Love War", que também inclui a estreia simultânea de outro documentário, "Um Táxi para a Escuridão", de Alex Gibney, ganhador do Oscar na categoria no ano passado.
Não por acaso, "Novo Século Americano" chegará aos cinemas poucos dias depois da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, aproveitando a onda de renovação e rediscussão das diretrizes da política norte-americana.
Afinal, o tema do filme é a análise de acontecimentos que culminaram nos ataques do 11 de setembro de 2001.
Mazzucco, também renomado fotógrafo e jornalista italiano, dirige desde 2003 um site de notícias voltado apenas para o 11 de Setembro e suas consequências globais, chamado Luogocomune.net.
Neste seu documentário, o diretor conta com uma vasta pesquisa em documentos, entrevistas, matérias de jornais e trechos de filmes - como o premiado documentário "Sob a Névoa da Guerra", de Errol Morris, que consiste de uma longa entrevista com o ex-secretário de Defesa Robert McNamara.
Uma das teses defendidas por Mazzucco é de que os ataques podem não ter sido promovidos por terroristas muçulmanos, mas pelos próprios norte-americanos.
Evidências disso, segundo ele, não faltam já que, ao longo de sua história, os Estados Unidos teriam forjado ataques contra si mesmos para poderem entrar em guerras, como ocorreu na Guerra Hispano-Americana de 1898. Isto porque a Constituição do país só permite a declaração de guerra em caso defensivo.
Ao longo dos anos, como mostra "Novo Século Americano", os neoconservadores - mais conhecidos como 'neocons' - influenciaram governos como o de Ronald Reagan e de George Bush, desenvolvendo diversos planos e doutrinas para dominar o mundo e acabando com outras potências em ascensão.
Um dos mais influentes, entre eles, é Paul Wolfowitz, responsável pela arquitetura da política externa do governo Bush que culminou na invasão do Iraque.
Tão curioso quanto o tema, é a forma do documentário. Ao contrário da maioria dos diretores, Mazzucco não saiu com câmera em punho entrevistando pessoas. Ele colheu imagens de arquivos, muitas da internet, montou alguns gráficos e ilustrações e disso resultou seu filme.
Na versão brasileira, a narração é do ator Paulo Betti. Seus métodos e suas conclusões podem ser questionáveis - mas é exatamente nisso que reside a força da polêmica do filme. (Reuters)
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