Afinal, de que serve uma instituição que não pode comprar livros novos ou só funciona em horários limitados para reduzir custos de pessoal?
A surpresa estrangeira
Já existem vários programas de incentivo à leitura nos jardins-de-infância e escolas primárias. Porém eles não bastam, também no que se refere aos descendentes de imigrantes. Mas, para além de todos os preconceitos, a pesquisa trouxe aqui uma descoberta surpreendente: uma nova "classe média de leitores", formada por adultos com histórico de migração, porém com bons conhecimentos do idioma alemão.
"Este grupo leva a sério a leitura como aspecto da educação. Eles mesmos possuem uma trajetória educacional bem sucedida e sabem: educação abre chances para estruturar tanto da vida profissional como particular", analisa Schäfer.
Esta é, portanto, a boa notícia: 36% dos entrevistados com ascendência estrangeira admitiram que, várias vezes por semana, se entregam inteiramente à leitura, 11% até mesmo todos os dias. Não há dúvida, conclui Schäfer: para esta camada é decisiva a consciência de que "ler é importante, este tema me diz algo, influencia meu futuro".
Como em outros países industrializados, na Alemanha "ler" significa, cada vez mais, "ler no monitor". Porém o estudo também mostrou que a maioria não abriria mão do livro impresso. O motivo é que na tela é mais fácil o leitor se perder.
Christoph Schäfer explica: "Ler no monitor tem certas especificidades, a estratégia de leitura se modifica: o zapping - ou seja, a passagem de um texto para outro através de um clique ou de um hiperlink - aumenta. E isso modificará muito nossa cultura de textos e de leitura no futuro próximo."
O novo estudo confirmou a impressão - presente desde a pesquisa de 2005 - de que o livro e as novas mídias são dois mundos completamente distintos. Mas que agora convergem. "Estamos ultracuriosos para ver como as ofertas de livros eletrônicos vão se impor no futuro."
Hoje já há leitores mais ligados à informação, que talvez ainda não leiam todo um livro na tela, mas não teriam problema se sua revista especializada fosse oferecida online. "E isso vai obviamente modificar muito todo o mercado livreiro", prevê o encarregado de imprensa da Fundação Lesen. (Folha Online)
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