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domingo, 18 de janeiro de 2009

Brasileiros afetados pela crise fazem protesto no Japão

Trabalhadores brasileiros descendentes de japoneses protestam nas ruas de Tóquio.

Um grupo de brasileiros fez um protesto neste domingo em Tóquio, no Japão, contra as demissões em massa geradas pela crise financeira internacional. Os imigrantes também reclamaram da falta de assistência do governo japonês aos brasileiros que vivem no país.

"Os brasileiros merecem respeito e atenção. Eles não podem ser usados como produtos descartáveis, que por causa de uma crise podem ser jogados fora", criticou Hidekichi Hashimoto, um dos organizadores do movimento.

Organizado por um grupo de lideranças, que recebeu o nome de SOS Comunidade, a manifestação reuniu 400 pessoas, sendo mais da metade brasileiros. Japoneses e imigrantes de outros países também participaram da passeata.

Os manifestantes percorreram as principais ruas do distrito de Chiyoda, um dos mais importantes centros empresariais da capital japonesa.

Esta é a primeira vez, em 20 anos de movimento dekassegui, que os brasileiros se reúnem numa manifestação em Tóquio.

"Mais pessoas poderiam ter vindo, mas nem todos ainda têm consciência de que é preciso se unir numa situação dessa", lamentou Miguel Kamiunten, outro organizador.

Ele explicou que o objetivo da passeata foi mandar um recado ao governo japonês de que os brasileiros são unidos e mostrar para a sociedade japonesa as dificuldades que os imigrantes estão passando por causa da crise.

"Movimentos como esse dão resultado sim, mas não em dois ou três dias", lembrou Kamiunten.

Abaixo-assinado - Antes da passeata foi realizada uma assembléia, na qual foram coletadas assinaturas para um abaixo-assinado com os pedidos ao governo japonês.

No dia 1 de fevereiro, uma nova manifestação será realizada, desta vez em Nagóia, capital da província de Aichi, que abriga o maior número de brasileiros no Japão. Depois, ainda sem data definida, será a vez de Gunma, outra região com grande quantidade de trabalhadores latinos. (BBC Brasil - AFP)

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