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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Médicos mantêm procedimentos de eutanásia da italiana Eluana

Os médicos encarregados de pôr fim à alimentação e hidratação artificiais da italiana Eluana Englaro, de 37 anos, em coma há 17, prosseguiram sua tarefa, neste sábado, apesar da vontade do governo do conservador Silvio Berlusconi de adotar uma lei para impedir a eutanásia.

"Seguimos adiante. O decreto-lei do governo Berlusconi não foi sancionado pelo presidente da República e, portanto, prosseguimos com nosso protocolo médico", declarou Giuseppe Campeis, advogado da família Englaro, citado neste sábado pelo jornal "Corriere della Sera".

De Sardenha (sul), Berlusconi disse estar "surpreso" com o comportamento dos médicos e com a recusa, ontem, do chefe de Estado, Giorgio Napolitano, de assinar o decreto.

"Francamente, estou surpreso com que os médicos que se dedicam a salvar vidas humanas possam se comprometer com uma ação que levará, certamente, à morte, inclusive com crueldade", afirmou.

Berlusconi também criticou a decisão de Napolitano que "poderia ter superado suas reticências jurídicas (...) dado que o decreto era para salvar uma vida humana".

Napolitano se negou a assinar o texto, devido a aspectos "inconstitucionais", segundo um comunicado.

Hoje, a imprensa italiana lembrou que o presidente se opôs ao decreto para não contradizer uma sentença judicial adotada em novembro de 2008 pelo Tribunal de Cassação, a principal instância jurídica da Itália, que autorizou a interrupção da alimentação e da hidratação de Eluana, como pedia o pai dela, Beppino Englaro, há dez anos.

Eluana, em coma vegetativo por um acidente de carro sofrido em 1992, foi levada na última terça-feira para uma clínica de Udine (nordeste). Uma equipe médica especial começou o fim progressivo de sua alimentação, na sexta de manhã, de acordo com o "Corriere della Sera".

Dois médicos citados por esse jornal consideraram que "o processo pode ser irreversível" no prazo de "três a cinco dias".

O decreto-lei do governo Berlusconi foi transformado em projeto de lei na sexta à noite, e sua análise começará no Senado, nesta segunda-feira, antes de seguir para a Câmara dos Deputados. (AFP)

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