Você tem medo de escuro ou passa tremendamente mal só de ver a figura de uma barata na página de um livro? Então saiba então que as duas situações são bastante distintas.
De acordo com Rita Calegari, chefe do departamento de psicologia do Hospital São Camilo-Pompeia, na zona oeste da capital paulista, medo é uma reação de autopreservação. "Ele não deve ser combatido e eliminado. É desejável, saudável e importante para nossa sobrevivência", explica.
Existem, no entanto, aqueles que não têm medo. "Trata-se de um transtorno de humor, seus portadores são bipolares (têm duas polaridades: uma de depressão e outra de agitação psicomotora). A pessoa perde a noção do medo e do perigo", avisa Luiz Gonzaga Leite, chefe do departamento de psicologia do Hospital Santa Paula, em São Paulo, e doutor em psicologia pela PUC-SP.
Já a fobia, segundo Rita, é semelhante ao medo, mas nela existe um nível de ansiedade que interfere na vida cotidiana da pessoa. "Muitos que sofrem de fobia não a interpretam como doença, mas como falha do caráter e da personalidade. O fóbico reconhece que seu medo é excessivo, mas não consegue controlá-lo", enfatiza.
Rita explica que a fobia envolve transtorno de ansiedade em algum nível. De acordo com a profissional, para tratar tanto esse mal quanto a Síndrome do Pânico são necessários medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos. "A Síndrome do Pânico é um transtorno involuntário. O indivíduo tem um mal-estar súbito, que envolve taquicardia, sudorese, tremores, vertigens e sensação de desmaio. É um mal de difícil diagnóstico, pois até a pessoa chegar ao hospital, esses sintomas já passaram. Ela faz exames que não apontam nada. Essa síndrome provoca um grande impacto na rotina do paciente, pois ele não tem como prever quando vai acontecer".
Rita complementa que, tanto na Síndrome do Pânico quanto nos casos de fobia, o tratamento é feito com ansiolíticos e antidepressivos, além de terapia.
Perfil - Leite esclarece que as fobias atingem 10% da população. Na maioria das vezes, ele adverte, os fóbicos são inteligentes, responsáveis, sensíveis, com certa tendência a serem detalhistas e controladores. "Essas pessoas passaram, em algum momento de suas vidas, por alguma experiência de morte. São indivíduos metódicos, sistemáticos e controladores", diz Rita. "Eles têm ideia de controle através de rituais, gestos, tiques, não conseguem nomear o que estão sentindo. Eles criam rituais e acreditam que estão dominando a situação", acrescenta Leite.
De acordo com Rita, muitas vezes esses transtornos surgem diante de algum fato estressante que ocorre na vida do paciente. "Por isso é importante não desprezar sintomas, quanto antes o problema for diagnosticado, melhor.
AS FOBIAS MAIS COMUNS
1. Claustrofobia - medo de lugares fechados, como ambientes pouco ventilados, túneis, elevadores e até equipamentos de ressonância magnética e de tomografia;
2. Eritrofobia - medo de sangue;
3. Agorafobia - medo de lugares cheios de gente como shoppings centers, locais de shows, ruas de comércio e estádios;
4. Hidrofobia - medo de água, de entrar no mar e em piscinas;
5. Glossofobia - medo de falar para plateias;
6. Amaxofobia - medo de andar de carro;
7. Hipsiofobia - medo de altura;
8. Medo de animais domésticos, como gato e cachorro;
9. Medo de insetos ou animais peçonhentos;
10. Fobia social - É facilmente confundida com timidez. A pessoa tem medo de se expor, evita contato social e estar em evidência. Esses indivíduos têm dificuldade de envolvimento amoroso. Trata-se de uma timidez patológica. AGÊNCIA ESTADO
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