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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Irã pode cancelar acordo nuclear se sanções forem aprovadas na ONU

Um influente parlamentar iraniano afirmou nesta quinta-feira (20) que o seu país poderá cancelar o recente acordo nuclear intermediado nesta semana com Turquia e Brasil, caso as sanções econômicas no Conselho de Segurança da ONU, planejadas pelos Estados Unidos e a União Europeia, sejam aprovadas.

"Caso o Ocidente aprove uma nova resolução contra o Irã, não nos comprometermos com a declaração de Teerã e o acordo de transferência de combustíveis no exterior será cancelado", afirmou o legislador Mohammad Reza Bahonar à uma agência de notícias local. O cargo de Bahonar no Parlamento iraniano é semelhante ao do presidente da Cãmara dos Deputados.

Os governos do Brasil e da Turquia fecharam nesta segunda-feira (17) um acordo com o governo de Teerã, que prevê a troca de combustível em território turco com o objetivo de colocar fim à crise nuclear iraniana e evitar que as sanções econômicas contra o país fossem aplicadas. As negociações contaram com a participação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan.

De acordo com a negociação, o Irã se comprometeria a enviará 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento para a Turquia, que devolveria o material enriquecido para um reator de pesquisas do Irã. Depois de até um ano, pelo acordado, o Irã deverá receber 120kg de urânio enriquecido a 20%. De acordo com o porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, o urânio enriquecido seria supervisionado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) na Turquia.

Embora tenham elogiado os esforços dos governos do Brasil e da Turquia, os EUA e a União Europeia, que temem que o país utilize a energia atômica para fins militares, afirmaram que o objetivo do Irã seria apenas ganhar tempo para evitar novas sanções. Pouco depois do anúncio, os EUA fizeram circular pelo Conselho de Segurança das Nações uma resolução sobre as sanções e que teria contado com o apoio de seus cinco membros permanentes - além dos EUA, Reino Unido, França, China e Rússia - e da Alemanha, membro provisório.

"As grandes potências do Conselho de Segurança da ONU chegaram a um concenso sobre o Irã e é muito provável que, em um futuro próximo, uma quarta resolução de sanções se torne operacional contra nosso país," disse Bahonar.

As novas sanções teriam como alvo os bancos iranianos e um pedido para inspecionar navios suspeitos de transportar carga relacionada aos programas nucleares e de mísseis do Irã.

O Irã rejeitou anteriormente o esboço de resolução dizendo que falta legitimidade à proposta e que é improvável que ela seja aprovada. O país diz que suas ambições atômicas são puramente sem fins militares e se recusa a suspender o enriquecimento de urânio.

"Os americanos levarão o desejo de prejudicar a nação iraniana aos seus túmulos", disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad a militares na quinta-feira, segundo a agência estatal de notícias IRNA. REUTERS

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