Fotos do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, curvando-se em reverência para o imperador do Japão, Akihito, inflamaram os ânimos em Washington, em meio a críticas de que o líder americano deveria se comportar diante de outros dirigentes de igual para igual ao representar o país no exterior.
Obama está na China nesta segunda-feira (16), após ter encerrado a etapa japonesa de sua viagem pela Ásia há dois dias. Na capital americana, porém, sua passagem pelo “país do sol nascente” ainda é tema de debates acalorados: críticos afirmam que o presidente desgraçou os Estados Unidos ao fazer uma reverência completa ao se encontrar com o soberano japonês.
Programas de debates políticos já exibiram a imagem dezenas de vezes, enquanto a internet ferve com discussões sobre o gesto presidencial.
O comentarista conservador William Kristol, da rede Fox News, criticou:
- Não sei por que o presidente Obama achou que isso era apropriado. Talvez ele tenha pensado que ficaria bem no Japão. Mas não é apropriado para um presidente americano se curvar diante de um estrangeiro.
Após assistir às imagens do encontro entre Obama e Akihito, Bill Bennett, outra voz conservadora de peso, disse à rede CNN:
- É feio. Eu não quero ver isto (...). Nós não reverenciamos imperadores. Não reverenciamos reis ou imperadores.
Outros críticos conservadores compararam a imagem de Obama se curvando a uma foto do ex-vice-presidente Dick Cheney, que em 2007 cumprimentou o imperador do Japão com um firme aperto de mão, sem nenhuma reverência.
Kristol afirmou ainda:
- Aposto que, se você olhar imagens de líderes mundiais nos últimos 20 anos se encontrando com o imperador no Japão, verá que eles não se curvam.
Há quem cite o cumprimento de Obama diante do rei Abdullah, da Arábia Saudita, durante a reunião do G20 em abril, para afirmar que o episódio do Japão possui um tom particularmente desagradável para os americanos.
Do lado dos defensores do presidente, a ativista democrata Donna Brazile elogiou, em entrevista à rede CNN, a atitude de Obama diante do imperador.
- Acho que foi um gesto de gentileza.
Ela disse acreditar que a intenção de Obama era mostrar "boa vontade entre duas nações que se respeitam". AFP
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