
Como forma de repúdio à agressão, os professores do Instituto Estadual de Educação (IEE), em Florianópolis, onde estudam cinco mil alunos, decidiram não dar aula na última sexta-feira (14).
O caso aconteceu no começo da tarde de quinta-feira. A professora disse que, ao se aproximar da agressora, que queria falar com ela, em vez de cumprimento, ela recebeu tapas no rosto e pontapés. A cena aconteceu na frente de alunos.
A agressão ocorreu antes de as aulas do turno da tarde começarem. A professora, que há 12 anos trabalha na Escola de Aplicação do IEE e pediu para não ser identificada, estava na sala de professores quando foi chamada por um colega para atender a mãe da aluna.
"Eu fui colocar a mão no ombro dela, e ela pegou a minha mão, não deixou eu falar e começou a me bater. Acho que levei mais de 20 tapas no rosto. Caí no chão e ela ficou me chutando", relembra a professora, que é contadora de histórias e há dois anos trabalha com 36 turmas de ensino infantil.
Em quase duas décadas de profissão, nunca havia passado por situação semelhante. "O que mais me entristeceu é que tudo aconteceu na frente das duas filhas dela e de outras crianças. Fiquei mais machucada por causa disso."
Sorteio de chiclete e de tatuagem - Segundo a coordenadora da Escola de Aplicação, Ângela Zavarize, foi preciso a intervenção de outros professores para separar a mãe da professora. De acordo com ela, o rosto da contadora de histórias estava com bastante sangue. Um boletim de ocorrência foi registrado na 1ª Delegacia da Capital.
A professora atacada acredita que a agressão teve origem em uma aula sua na qual sorteou um chiclete e uma tatuagem entre os estudantes e que a menina, filha da mulher que a agrediu, sentiu-se contrariada por não ter sido sorteada:
"Ela ficou bastante nervosa, chutou a carteira e eu peguei a agenda dela para fazer uma anotação. Ela pediu para eu devolver a agenda."
A professora disse que, quando isso aconteceu, a aula já estava acabando e outros alunos da turma começaram a se aproximar das duas.
"Eu tentei afastar todo mundo e a menina foi para o fundo da sala. Ela tinha dois arranhões no pescoço. Eu tentei descobrir quem fez aquilo, porque podia ter sido eu ou qualquer outro aluno", lembrou.
A diretora-geral do IEE, Gilda Mara Marcondes Penha, disse que em momento algum a mãe da criança procurou a escola para conversar ou registrar qualquer tipo de queixa em relação à professora. A escola não divulgou o nome da mãe para preservar a identidade da aluna. G1-DIÁRIO CATARINENSE
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