A presidente Dilma Rousseff pediu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, que retorne a Brasília o quanto antes de sua missão oficial em Tabatinga, no Amazonas. O Ministério da Defesa estima que ele chegará por volta das 19h30 desta quinta-feira (4) - originalmente a volta estava prevista para as 22h.
Mais cedo, Dilma e seus principais ministros decidiram pela demissão do peemedebista por conta das mais recentes críticas dele à gestão da petista, desta vez à revista “Piauí”. Jobim está no Amazonas acompanhado do vice-presidente, Michel Temer, e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A presidente já busca nomes para substituí-lo.
À revista, Jobim chamou de “atrapalhada” a política do governo para divulgação de dados sigilosos e chamou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, de “fraquinha”. Ele disse ainda que a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, “nem sequer conhece Brasília”. Em nota, o ministro disse que suas declarações foram tiradas de contexto.
A um assessor próximo da presidente –e que se diz “cauteloso” sobre as chances de demissão do ministro ainda hoje– Dilma afirmou que se pudesse “arrumaria um cargo para o Jobim no Amazonas e deixaria ele por lá”.
O ministro da Defesa se reuniu com Dilma na quarta-feira (3) e não entregou o cargo depois de outras declarações polêmicas. Na semana passada, o peemedebista afirmou ao programa "Poder e Política - Entrevista", uma parceria da Folha de S.Paulo, Folha.com e UOL, que votou em seu amigo José Serra nas eleições presidenciais de 2010 e que o tucano teria tomado as mesmas medidas de Dilma para afastar suspeitos de corrupção do Ministério dos Transportes.
Jobim também teve de se explicar a Dilma há pouco mais de um mês, quando foi ao aniversário de 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sugeriu que a atual ocupante do Palácio do Planalto tem um estilo autoritário. Em outras declarações, o ministro elogiou a presidente e disse que sua relação com ela é “ótima”.
Antes da reunião, também em entrevista ao “Poder e Política – Entrevista”, Ideli afirmou que Jobim tem dado declarações "desnecessárias" e deveria se "conter um pouquinho”. O peemedebista foi mantido no cargo no início do atual governo por conta da insistência do antecessor de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva. FONTE: UOL
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
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