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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Sempre fomos e sempre seremos um país AAA, diz Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou nesta segunda-feira a decisão da agência de classificação de risco Standard and Poor's (S&P) de rebaixar a nota da dívida americana de AAA para AA+ pela primeira vez desde 1917.



"Não importa o que uma agência pode dizer, nós sempre fomos e sempre seremos uma nação AAA. Apesar de todas as crises que passamos, temos as melhoras universidades, as melhores empresas, e os mais inventivos empreendedores", disse Obama.



O presidente disse ainda que, apesar da redução da nota americana, os mercados ainda acreditam no crédito americano e que os EUA continuam um país seguro para os investidores.



Obama aproveitou ainda para criticar o Congresso --e os republicanos-- por arrastar as decisões cruciais para economia americana por debates políticos e disse que o problema do país é a falta de vontade política de Washington.



Ele reconheceu que, para os demais países, o debate prolongado do pacote fiscal aprovado na semana passada "poderia fazer grande dano a nossa economia e ao mundo".



Após semanas de intensos debates, o Congresso americano aprovou no último dia do prazo a elevação da dívida total americana, de US$ 14,3 trilhões, em US$ 2,4 trilhões, em troca de cortes de gastos no mesmo valor.



"Nosso problema não é nossa nota de risco, o mercado sabe que nossa economia é uma das mais seguras do mundo. [...] O problema é a falta de vontade política de Washington", afirmou o presidente.



Na sexta-feira, quando rebaixou a nota americana, a S&P disse que a disputa entre os partidos --Democrata e Republicano-- sobre a política fiscal americana a deixou pessimista sobre a capacidade dos EUA conter o deficit.



A S&P disse ainda que a medida reflete a opinião de que o pacote de medidas fiscais "fica aquém do necessário para estabilizar a dinâmica do débito do governo a médio prazo".



Obama afirmou que "não há muito mais a cortar" do Orçamento e que os próximos passos não são radicais e sim de "senso comum e compromisso".



O presidente defendeu uma reforma tributária que aumente os impostos dos mais ricos "para que os americanos que tenham condição façam sua parte pelo país" e condenou ideias de corte nos benefícios sociais.



"Cortar os benefícios de seguro-desemprego tiraria 1 milhão de empregos e reduziria nosso crescimento em 0,5%", disse o democrata --que, como seu Partido, queria impostos para os mais ricos aliados aos cortes no Orçamento.



Os republicanos, por sua vez, resistem ao aumento de impostos e defendem que a maior parte da contenção venha de cortes nos gastos.



"Estas são propostas democratas e do governo, que republicanos concordam há anos. Não há razão para republicanos não concordarem agora", disse Obama.



"Há muitas ideias de como conseguir redução de deficit que não ajudam a crescer", disse Obama. "Minha esperança é que a notícia de sexta [o rebaixamento] dê um novo sentido de urgência", disse o presidente.



Ele afirmou ainda que o comitê bipartidário responsável pela segunda parte do pacote fiscal, a ser definida até novembro, terá cooperação total da Casa Branca. "Ficaremos em cima deles até o trabalho estar feito". Fonte: FOLHA.COM

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