A polícia de Uganda usou gás lacrimogêneo e canhões de água cor de rosa para dispersar opositores nesta quarta-feira. O grupo se reunia nos subúrbios da cidade de Kampala para realizar uma manifestação pelas mortes ocorridas durante repressão de protestos há alguns meses.
O país, que tenta atrair investimentos estrangeiros para impulsionar o setor petrolífero, foi cenário de muitas manifestações contra o governo em abril e maio motivadas pela alta nos preços de alimentos e combustíveis, além do enfraquecimento da moeda nacional.
Ao menos nove morreram com a resposta repressiva das forças de segurança e a líder opositora Kizza Besigye foi presa e sofreu sérias agressões físicas por parte dos oficiais do governo do presidente Yoweri Museveni.
Na última semana, outro protesto foi dispersado pela polícia após uma multidão se reunir em resposta a chamado de Besigye para reclamar da inflação, que atingiu seu nível mais alto em 18 anos em julho.
"Esta é Bengazi e queremos começar daqui e lançar nossa própria libertação", afirmou o partidário da oposição Justus Muwanga, em referência às revoltas na capital líbia contra o ditador Muammar Gaddafi.
O grupo dispersado era de centenas de pessoas, que tentaram recomeçar a mobilização para se afastarem novamente com a polícia usando gás lacrimogêneo mais uma vez. "Não deixamos a multidão crescer porque queríamos prevenir que o pior acontecesse...Não somos contra os protestos, mas eles se recusaram a nos ouvir", afirmou o porta-voz policial Ibn Senkumbi.
Museveni está no cargo há mais de duas décadas, vencendo eleições em fevereiro que Besigye e outros opositores afirmaram terem sido forjadas. O presidente se defende com o argumento de que a oposição está desesperada pelo poder. FONTE: REUTERS
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