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terça-feira, 24 de maio de 2011

Premiê de Israel se compromete com paz e diz que país terá de ceder terras

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira (24) diante do Congresso dos EUA que aceita a solução de dois estados no Oriente Médio e que Israel se dispõe a fazer "concessões dolorosas", inclusive de terras, para atingir a paz na região, com a qual se disse profundamente comprometido.

Netahyahu afirmou que Israel terá de ceder partes de sua "terra ancestral" aos palestinos para conseguir uma paz duradoura na região.

Ele disse que Israel será "generoso" nessa concessão, mas não fez concessões, reafirmando que uma volta às fronteiras de 1967 é "indefensável" e também que a capital, Jerusalém, não deve ser dividida.

"Eu estou disposto a fazer concessões dolorosas para chegar a essa paz histórica", disse, a um público que o aplaudiu diversas vezes. "Como líder de Israel, é minha responsabilidade."

Foi a segunda vez que ele discursou às duas câmaras do Congresso americano reunidas.

"Mas isso não é fácil para mim. Não é fácil, porque eu reconheço que, em uma paz genuína, teremos de ceder partes da terra ancestral judaica", disse, em uma referência à Cisjordânia.

Melhores amigos - O israelense começou sua fala, enfática e bem humorada, afirmando que os EUA não têm melhor amigo que Israel e vice-versa.

Netanyahu voltou a agradecer aos EUA e ao presidente Barack Obama pelo apoio "férreo" que dão a Israel na questão da segurança regional e afirmou que o país não vai abrir mão do direito de se defender de agressões.

"O senhor tem sido muito generoso em nos dar as ferramentas que nos permitem defender Israel por nós mesmos", disse, lembrando da situação econômica difícil enfrentada pelos americanos.

Obama lembrou no domingo que a ajuda financeira americana para a defesa de Israel havia alcançado níveis recorde durante sua presidência.

Estabilidade - O premiê afirmou que Israel "é o que há de certo, e não de errado" no Oriente Médio, e afirmou que o país defende a democracia na região e funciona como uma "âncora" de estabilidade e paz

Ele afirmou que o país quer a paz com outras nações da região, como já ocorreu com Egito e Jordânia, e que quer o mesmo com os palestinos.

Netanyahu reafirmou que os israelenses não são "invasores" em seu país, e que ocupam a terra de seus ancestrais, e que negar isso é deturpar a história.

Ele também reafirmou a convicção de que o futuro Estado Palestino deve ser desmilitarizado, mas defendeu que Israel mantenha sua presença militar nas fronteiras.

Hamas - O premiê voltou a criticar o movimento islâmico do Hamas, que atualmente detém o poder na Faixa de Gaza, um dos trechos do futuro estado palestino.

Ele afirmou que o Hamas é terrorista, defende a morte de israelenses e não está comprometido com a paz na região.

Netanyahu disse que, atualmente, Israel está pronto a negociar com a Autoridade Palestina, mas não com o Hamas, a quem acusou de ser uma "versão palestina" da rede terrorista da al-Qaeda, do líder Osama bin Laden.

O premiê pediu ao líder da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, que rompa com o Hamas, recuando de um acordo recentemente firmado pelas principais facções palestinas no Egito.

ONU - Netanyahu também pediu aos palestinos que abandonem os esforços para tentar conquistar unilateralmente o reconhecimento de seu Estado na ONU, o que está previsto para setembro.

"A tentativa palestina de impor um acordo através das Nações Unidas não trará a paz. Deveria ser contestada por todos aqueles que querem ver um fim ao conflito", disse. "A paz não pode ser imposta, deve ser negociada."

Assentamentos de fora - Netanyahu também advertiu que alguns assentamentos judeus ficarão fora das fronteiras de Israel em um futuro acordo.

"O status dos assentamentos será decidido apenas nas negociações, mas também temos que ser honestos. Assim, hoje estou dizendo algo que todos aqueles que são sérios sobre a paz têm que dizer publicamente", disse.

"Em qualquer acordo de paz real, em qualquer acordo de paz que ponha fim ao conflito, alguns assentamentos ficarão fora das fronteiras de Israel."

Irã - Netanyahu pediu aos EUA que mantenham a pressão sobre o Irã, para que o regime de Teerã pense duas vezes antes de desenvolver armas nucleares.

Segundo ele, o país persa precisa saber que "todas as opções estão sobre a mesa" quando se trata da questão nuclear.

Questão das fronteiras - Netanyahu visita Washington alguns dias após discordar publicamente de Obama, sobre as condições do processo de paz.

Na véspera, Netanyahu já havia dito que Israel jamais voltará às fronteiras "indefensáveis" de 1967, durante discurso para um lobby pró-israelense em Washington.

Obama, em um discurso sobre o mundo árabe na semana passada, afirmou que o futuro Estado Palestino deverá ser formado tomando com base as fronteiras anteriores a 1967, posição compartilhada pela ONU e pela União Europeia. FONTE: AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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