Onze dos 18 maiores planos de saúde do País estão em dificuldades financeiras. É isso o que indica um levantamento feito pelo Jornal da Tarde com dados da (Agência Nacional de Saúde Suplementar) que classificam os balanços (ano de 2009, último disponível) repassados pelas próprias operadoras.
Para os clientes, uma empresa do setor com problemas econômicos pode significar piora no atendimento e nos serviços prestados, com redução da rede credenciada e demora para marcação de consultas, exames e outros procedimentos médicos.
A ANS mede o desempenho das operadoras em cinco faixas de valores numa escala de zero a um; quanto mais próximo de zero, pior a situação. Dos 18 maiores planos analisados pela reportagem (Green Line, Unimed Paulistana, Unimed Seguros Saúde, Trasmontano de São Paulo, Serma, Assimédica, Prevent Senior Private, Prevent Senior Corporate, Marítima Seguros, São Cristóvão, Amil Saúde, Amico, Golden Cross, Intermédica, Omint, Porto Seguro, Bradesco Saúde e Itálica), seis deles (Unimed Paulistana, Trasmontano de São Paulo, Serma, Assimédica, Prevent Senior Corporate e Itálica) estão na pior faixa de desempenho financeiro, com pontuação de 0,00 a 0,19.
Outros cinco estão na segunda pior faixa de avaliação (de 0,20 a 0,39). São eles: Green Line, Unimed Seguros Saúde, Prevent Senior Private, Marítima Seguros e São Cristóvão. A Omint ficou na faixa intermediária (de 0,40 a 0,59). Amil Saúde, Amico, Golden Cross e Intermédica ficaram na segunda melhor faixa (entre 0,60 e 0,79). Porto Seguro e Bradesco alcançaram os melhores índices (de 0,80 a 1).
Uma fonte ligada ao setor das operadoras confirmou que a situação financeira das empresas realmente é grave e causada pelo excesso de novos procedimentos obrigatórios inseridos no rol pela ANS. Dirigentes do setor queixam-se de que a inclusão de exames, cirurgias e tratamentos complexos e mais caros tem impacto muito alto nas contas das operadoras de saúde.
Eraldo Cruz, gerente geral da ANS para o acompanhamento econômico das operadoras, afirma que algumas dessas empresas já estão sendo acompanhadas em um plano de recuperação.
- Algumas empresas chegaram até a passar por um regime de direção fiscal e algumas até já saíram dessa situação.
A ANS não divulga a relação de operadoras sob intervenção, alegando questões de segurança, já que isso poderia afugentar os clientes desses planos, o que agravaria a situação da empresa.
A recente quebra da Samcil é um exemplo de como os consumidores podem ser prejudicados quando a saúde financeira da operadora vai mal. A empresa foi obrigada a repassar sua carteira de clientes e a Green Line assumiu essa responsabilidade, porém, até agora o quadro não é nada tranquilizador para a clientela.
De acordo com Samantha Pavão, técnica do Procon-SP, é essencial que, antes de contratar, o consumidor faça uma pesquisa, avalie cada operadora e compare o desempenho delas. Seja na ANS ou no site do Procon. FONTE: AGÊNCIA ESTADO
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