Os negociadores do governo golpista de Honduras e os do presidente deposto Manuel Zelaya assinaram na madrugada desta sexta (30) um acordo para por fim à crise política do país, que se arrasta há quatro meses. Os representantes do presidente interino Roberto Micheletti concordaram que Zelaya possa voltar à Presidência, mas a decisão final deve ser do Congresso hondurenho.O anúncio foi feito pelo secretário de Assuntos Políticos da Organização dos Estados Americanos (OEA), Víctor Rico, em companhia do subsecretário de Estado americano para a América Latina, Thomas Shannon (que foi indicado por Barack Obama para assumir a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil).
Ainda não se sabe quando Zelaya deixará a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, capital de Honduras. Ele está refugiado no local desde 21 de setembro. Segundo o representante do presidente deposto, Armando Aguilar, "não se falou de prazos" para que o Congresso tome a decisão final.
ACORDO - O acordo foi assinado após 12 horas de negociações entra as duas partes. Os representantes de Zelaya e Micheletti voltaram a se falar após uma semana de conversas emperradas.
Os principais pontos do acordo são:
- A criação de um governo de reconciliação nacional (com a participação dos dois grupos) até a posse do novo presidente (as próximas eleições estão marcadas para 29 de novembro).
- Dar ao Congresso Nacional a tarefa de decidir se Zelaya volta ou não ao poder (Micheletti não aceitava a volta do presidente deposto, depois concordou que a decisão deveria ser da Suprema Corte, do que Zelaya discordava).
- Desistência de uma nova Constituição (a convocatória de uma Assembleia Constituinte por Zelaya foi o estopim da crise, já que o presidente deposto queria aprovar uma emenda para reeleição, rechaçada pelo grupo de Micheletti).
- Reconhecer as eleições de 29 de novembro e pedir à comunidade internacional que normalize as relações com Honduras.
Horas antes, Micheletti anunciou o acordo:
- Meu governo decidiu apoiar uma proposta que permite um voto no Congresso Nacional, com uma opinião prévia da Corte Suprema de Justiça, para retroceder todo o Poder Executivo de nossa nação anterior a 28 de junho de 2009, disse Micheletti em declaração lida para a imprensa na Casa Presidencial.
Em seguida, o presidente interino exigiu que os representantes de Zelaya apoiem o novo acordo, sem "desculpas" e sem "jogos políticos". AGÊNCIAS INTERNACIONAIS




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