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quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Indicação é decisiva para emprego, segundo Ipea

Educação não basta para garantir ascensão profissional ao pobre, na avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Entre os brasileiros que combinam pobreza (renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa) e escolaridade relativamente alta (mais de 11 anos de estudo), 34,5% estavam desempregados em julho. O índice era bem menor, 26%, sete anos atrás, em 2002. Ao longo desse mesmo período, o desemprego caiu entre os pobres com menos educação - por exemplo, recuou de 15% para 9% entre aqueles com menos de um ano de escolaridade. “Não podemos culpar o trabalhador que estuda mais", disse Márcio Pochmann, presidente do Ipea. Ele arrisca a seguinte explicação: “O mercado de trabalho com postos mais elevados é relativamente fechado. É mais difícil entrar numa grande empresa sem uma indicação, por exemplo. O problema é do país, que precisa gerar mais empregos qualificados, levando em consideração o preconceito também”.

No universo dos não-pobres, que inclui a classe média e alta, o nível de desemprego também recuou em todos os níveis de educação. Entre os mais escolarizados, caiu de 6,2% em 2002 para 4,7% em 2009. A avaliação do Ipea foi feita nesta terça-feira (22/9), com base na pesquisa “A desigualdade no desemprego no Brasil metropolitano”, do IBGE. Os dados foram coletados mensalmente pelo IBGE entre julho de 2002 e julho de 2009 em seis regiões metropolitanas (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Recife), que representam 25% da população brasileira.

O presidente do Ipea avalia ainda que deve se sustentar a atual tendência de recuperação do emprego, após a fase aguda da crise global. “Não há sinais de interrupção desse movimento”, afirma. O nível de desemprego atual já é praticamente igual ao de 2008, antes da crise. Pochmann explica que essa recuperação, até agora, ocorre pela simples reocupação da capacidade ociosa nas indústrias, aumentada durante os piores meses da crise. O economista espera que, com a retomada dos investimentos na produção, o país possa continuar a diminuir a taxa de desemprego nos próximos meses. ÉPOCA

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