O amor se aprende na escola? Os jovens chineses duvidam que os sentimentos possam ser decretados por lei, mas não têm escolha: vão ter que estudar o amor no colégio, por ordem da Comissão Educativa, órgão que determina o conteúdo dos currículos escolares. O curso de psicologia para estudantes, que já existia nos colégios secundários, vai ser reforçado com um novo programa de aprendizado, baseado num livro de nove capítulos com todos os aspectos da sexualidade.
O objetivo do capítulo 4, por exemplo, é "fazer os estudantes compreenderem qual é o sentido de amar, aprendendo a expressar, aceitar, rejeitar e conservar o amor". Homossexualismo, doenças venéreas, comportamentos sexuais excêntricos e dificuldades de relacionamento são outros temas do livro, cujo propósito é "tratar tais questões de maneira objetiva e neutra".
A ideia de impor o aprendizado do amor aos jovens faz parte de um projeto político do governo chinês, que foi publicado pela primeira vez durante os trabalhos da última sessão da Assembleia Nacional Popular, em março. Ficou decidido, então, que a palavra de ordem destinada a mobilizar e a motivar a população - num momento em que a China busca novos rumos políticos, sociais e econômicos - é "felicidade". As autoridades consideram que, depois de 30 anos de crescimento econômico e de sacrifício feito pelo povo para que a China se tornasse a segunda economia mundial, está na hora de "dar mais felicidade aos que trabalharam tanto".
Ser feliz é um assunto levado tão a sério nos altos escalões do governo que a própria Assembleia Nacional Popular elaborou um programa específico, votado por unanimidade, que deverá ser aplicado durante o plano de desenvolvimento dos próximos cinco anos (2011-2015), chamado "China feliz". Ele promete trazer a felicidade para todo mundo, a qualquer custo, até mesmo se for preciso reduzir a taxa de crescimento do PIB.
Assim que o projeto de felicidade por decreto foi publicado, o assunto virou moda. A província de Guangdong, por exemplo, declarou-se oficialmente Feliz Guangdong. Em Chongqing, a municipalidade com a maior população do país (27 milhões de habitantes), o prefeito afirmou que o objetivo é "que o povo de Chongqing seja o mais feliz de toda a China".
Já o jornal "Beijing Today" gastou páginas com "Lições de amor e de felicidade", explicando que "os sonhos dos pais chineses é que os filhos adolescentes prefiram se dedicar aos estudos em vez de namoro, paixão e relacionamento sexual. Mas, quando se tornam adultos, o pai ou a mãe se dão conta repentinamente de que os filhos não estavam preparados para outra etapa importante da vida, a que exige o início de uma relação amorosa para casar e ter filho". FONTE: O GLOBO
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