O magnata americano de origem australiana Rupert Murdoch declarou que este é o dia em que se sentiu mais humilde de sua vida, no início de sua audiência nesta terça-feira (19) diante dos deputados no Parlamento britânico.
- É o dia em que me sinto mais humilde de toda minha vida.
Murdoch e seu filho James Murdoch pediram perdão no Comitê de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns, criada com o escândalo das escutas que causa comoção no Reino Unido.
Rupert afirmou que "raramente" falava com os editores de seus jornais e negou ser o responsável pelas escutas: "Aceita ser o grande responsável por todo este fiasco?", perguntou um dos membros da comissão, ao que Murdoch respondeu, laconicamente, "não".
O magnata declarou ainda que não há provas de que as vítimas do 11 de setembro tenham sido alvo de grampos telefônicos.
- Não vimos provas de forma alguma a respeito disso e, até onde sabemos, o FBI também não viu.
Murdoch pai e filho tentam explicar 4.000 grampos
Os Murdoch compareceram juntos para serem interrogados sobre o escândalo dos grampos telefônicos praticados a partir do início dos anos 2000 pelo News of the World, tabloide da filial britânica do grupo News International. Cerca de 4.000 personalidades podem ter sido vítimas dessas práticas, segundo a polícia.
A comissão, diante da qual também comparecerá a ex-diretora da filial britânica de jornais do grupo News Corp., Rebekah Brooks, é integrada por dez deputados (oito homens e duas mulheres) de todos os partidos.
A audiência, aberta ao público e transmitida ao vivo pela televisão, é uma das mais importantes já realizadas por uma comissão parlamentar no Reino Unido. É raro que Rupert Murdoch, que está à frente há 80 anos de um dos mais importantes impérios de imprensa do mundo, se manifeste publicamente.
Ela já havia convocado em 2003 Rebekah Brooks, que confessou que seu tabloide havia "pago a polícia" para obter informações, embora os parlamentares na época tenham decidido deixar estas revelações surpreendentes sem seguimento judicial. Brooks se retratou posteriormente, ao afirmar que só havia feito "comentários gerais".
Os deputados querem saber se os Murdoch estavam cientes dos grampos telefônicos e se tentaram dissimulá-los, comprando, por exemplo, o silêncio de suas vítimas. James reconheceu há pouco tempo que havia concordado com certos pagamentos, mas não tinha em suas mãos todos os documentos da época.
Grupo decidiu fechar tabloide após escândalo
A News International teve que anunciar o fechamento do News of the World depois do agravamento de escândalo das escutas. Funcionários do jornal foram acusados de interceptar na última década as ligações de até 4.000 pessoas, incluindo políticos, famosos e até uma menor assassinada e familiares de vítimas de atentados.
Rupert Murdoch disse nesta terça no Parlamento que a decisão de interromper o tabloide não foi por questões econômicas, mas "por vergonha" depois das diversas acusações contra o jornal.
Os negócios do grupo englobam produtos para TV, cinema, jornais e publicidade. Entre suas mídias de maior destaque estão jornais britânicos The Sun e The Times, o americano Wall Street Journal e a rede de TV americana Fox.
Além do tabloide News of the World, também foi envolvido no escândalo dos grampos o jornal britânico The Sunday Times, acusado de tentar espionar o ex-primeiro-ministro Gordon Brown. Os diretores da publicação negam. FONTE: AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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