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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ser babá no exterior é opção barata para garotas que querem morar fora do Brasil

Heloísa Chaves, diretora da Cultural Care: interesse dos americanos por governanta estrangeira é bem alto porque eles viajam pouco para o exterior

Morar fora do Brasil não é fácil nem barato, mas há uma opção para quem tem pouco dinheiro para viajar: trabalhar como au pair nos Estados Unidos por um ano. A função é de uma babá que vive com a família, cuidando das crianças. O serviço existe no Brasil desde 1996, e cerca de 1.000 brasileiras embarcam a cada ano. A expectativa é que esse mercado cresça entre 10% e 20% em 2010, apesar da retração econômica no país norte-americano, dizem especialistas do setor.

Os EUA estão acostumados a receber garotas para morar lá exercendo essa função, que é regulamentada pelo Departamento de Estado. É o único país onde a atividade tem as regras definidas por lei, e por isso, o destino das agências de viagem brasileiras. Segundo as empresas que fazem o intercâmbio, o índice de aprovação por quem viaja é altíssimo, entre 95% e 97%. Ou seja, menos de 5% das garotas voltam insatisfeitas com a experiência.

As agências ouvidas pela reportagem possuem equipes de apoio no exterior, para resolver eventuais problemas. Se a au pair estiver insatisfeita pode até mesmo ser realocada de casa. No entanto, quem desiste antes do término do programa tem que pagar a passagem de volta, não recebe reembolso e perde o visto de au pair, tendo que voltar imediatamente ao Brasil.

Emília Miguel, gerente comercial da Experimento, afirma que a candidata deve escolher seus empregadores, e não decidir por uma casa de acordo com qual cidade está localizada. Assim, será mais fácil se adaptar e criar afinidades.

- Indicamos que a au pair não escolha a cidade para onde irá residir durante o programa. O importante é escolher a família por suas características, já que ela ficará um ano com eles.

O tempo médio de espera entre o dia em que a decisão de viajar foi tomada até os papéis ficarem prontos é de seis meses. As agências contam que demora por volta de três meses para uma família escolher a au pair. Neste tempo elas analisam fotos, conversam por e-mail, telefone e webcam com a candidata, para estar seguras de fazer a opção correta.

Atribuições

Mais que babá, a au pair se torna uma espécie de governanta ou até mesmo de "irmã mais velha" com responsabilidades. Apenas mulheres são aceitas; devem ter entre 18 e 26 anos, ensino médio completo, experiência de 100 horas com crianças, carteira de habilitação, nível de inglês intermediário. Além, disso, precisam passar pelo processo seletivo da agência autorizada no país de origem. As garotas recebem um visto especial para o trabalho, e precisam cumprir uma lista de regras. Não há um momento específico do ano para viajar; os embarques são feitos a cada mês, de acordo com a demanda.

A au pair fica responsável por cuidar de tudo o que diz respeito às crianças com a reponsabilidade de estar junto em todas as atividades. Ela precisa preparar o café da manhã, levar os pequenos ao colégio, lavar e passar suas roupas, arrumar a cama, etc. Como mora na casa da família, não tem gastos com moradia nem com comida. E pode até mesmo ser levada junto em uma viagem.

Vantagens

A vantagem para a família americana é contratar uma babá durante doze meses por tempo integral pagando menos do que seria para uma garota americana fazer o mesmo serviço. Mesmo assim, não é pouco. Os pais pagam um salário semanal de US$ 195 (R$ 343) para a garota, além de uma taxa que pode chegar a US$ 10.000 (R$ 17.593) para o programa. As agências de viagem contam que, normalmente, são famílias de classe média alta da costa leste norte-americana que contratam este serviço.

As famílias recebem jovens com “um selo de garantia”, recomendadas por uma agência especializada. O fato de a au pair está dentro da casa o tempo todo também tranquiliza os pais, pois ela pode ajudar se houver algum problema.

Frederico Morais, gerente da divisão de trabalho da STB (Student Travel Bureau), diz que os americanos buscam o serviço para estimular a troca cultural dos filhos dentro de casa. Heloísa Chaves, diretora da Cultural Care concorda com a posição de Frederico. Segundo ela, como os americanos viajam mais internamente do que para fora do país, o interesse deles por uma governanta estrangeira é bem alto.

Au pair / Pré-requisitos

Ser mulher entre 18 e 26 anos
Ter o segundo grau completo
Nível de inglês intermediário (suficiente para dialogar com crianças)
Experiência comprovada 100 horas com crianças (não familiares). Somente para cuidar de menores de dois anos é exigido um mínimo de 200 horas, podendo ser familiar;
Disponibilidade de permanência de 12 meses nos EUA
Ter carteira de habilitação e saber dirigir
Ser solteira e sem filhos
Fontes: STB, Experimento e Cultural Care

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