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sábado, 24 de janeiro de 2009

Garanta uma boa noite de sono para seu bebê

Começa com um choro corriqueiro no meio da madrugada. O pai ou a mãe se levantam para acalmar o filho e não pensam duas vezes antes de envolver a criança no colo, na tentativa de fazê-la fechar os olhos. Animados com o resultado - ela pegou no sono em poucos minutos -, recorrem à estratégia com freqüência. Quando se dão conta, porém, o gesto virou uma moeda de troca e o pequeno só dorme com a condição de ser embalado nos braços.

Você provavelmente conhece essa história, "mas talvez não saiba que esse tipo de artimanha é um dos principais responsáveis pelos distúrbios do sono na mais tenra idade", afirma Marilúcia Picanço, que coordena a área de medicina da criança e adolescente da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília. Quem se mete na enrascada enfrenta verdadeiras maratonas para assegurar que o bebê e, conseqüentemente, o resto da família tenham uma noite tranqüila.

"Atitudes que facilitam o sono do filho ao exigir a presença dos pais fazem com que eles se tornem escravos do sono da criança", diz Márcia Pradella-Hallinam, coordenadora do setor de pediatria do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo. Portanto, se você deita ao lado do pequeno até ele adormecer ou permite que ele se enfie na sua cama no meio da madrugada, é hora de rever esses costumes.

Que fique claro: não se trata de uma proibição. Algumas vezes, só mesmo apelando para práticas, digamos, não recomendáveis, é que os pais conseguem sossegar o rebento e recarregar sua própria bateria. O problema é fazer disso um hábito. Aí, além de prejudicar a qualidade da soneca, eles podem retardar o amadurecimento da criança - e ninguém aqui está interessado em inibir a autonomia do pequeno, certo? Sem falar que a cadeira cativa do filho no quarto dos pais acaba empatando os momentos de intimidade do casal.

Para se ver livre da encrenca, o primeiro passo é reorganizar a rotina - só assim você deixa de ser um refém do sono do filhote. A disciplina é a senha para dar adeus a madrugadas em claro e, de quebra, oferece um escudo contra birras e histórias mirabolantes inventadas pelas crianças mais velhas para escapar da cama. "Tem que ser como militar na hora de definir horários", compara Rosana Alves, neurologista do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A sorte dos pais é que o organismo da meninada tem uma capacidade incrível de se adaptar a mudanças, o que facilita o processo de (re)aprendizagem do sono - normalmente, duas ou três semanas são suficientes para colocá-las nos eixos.

Dicas

Espere o sono chegar: se a criança não demonstra o mínimo cansaço, nem adianta colocá-la para dormir. Observe quando os bocejos ficam freqüentes, e os olhos, baixos. Esse é o momento em que o organismo dela escolheu para descansar. Aí, sim, é hora de ir para a cama.

Seja pontual: assim que descobrir o horário de sono do seu filho, faça com que ele seja cumprido diariamente.

Nada de agito: exigir que o pequeno durma logo depois de correr, pular ou se exaltar com brincadeiras estimulantes é jogo sujo. Diminua o ritmo das atividades à noite.

Capriche no ritual: sem um motivo convincente, seu filho não irá sozinho para o quarto. O segredo é criar momentos agradáveis antes de levá-lo ao berço ou à cama. Uma idéia é apostar no bom e velho trio: alimentação, banho e historinha.

Crie um ambiente familiar: uma cama vazia num quarto escuro não é nada atraente para a criança. Alguns detalhes podem tornar o espaço mais receptivo. O amigo de dormir - um cobertor ou um ursinho que não solte pêlos - costuma ser ótima companhia, além de transmitir segurança. Se o seu filho adora os lápis coloridos, pendure uma das suas obras de arte perto da cama ou do berço. Assim o quarto vai ganhando a cara e o jeitinho dele.

Apague as luzes: essa dica é importante principalmente para quem tem bebês com menos de 3 meses. Associar a escuridão à hora do sono ajuda a criança a entender que existem diferenças entre dia e noite - algo que ela ainda não sabe. Os maiores também ficam mais tranqüilos no escuro. Afinal, quando as luzes se acendem, os olhos preferem explorar o que há ao redor e a criança se esquece de dormir.

Maneire na comida: se a criança tiver fome, não se preocupe, ela dará sinais. Não precisa ficar acordando o pequeno no meio da noite para mamar ou fazer lanchinhos. Essa insistência só serve para atrapalhar o sono. Fora isso, os petiscos noturnos favorecem as cáries. (Bebe.com.br)

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