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sábado, 8 de maio de 2010

EM AGOSTO: "Woodstock cubana" leva música eletrônica à ilha de Fidel

O evento chega a reunir 10 mil pessoas, espalhadas em barracas, em meio à chuva, a grande maioria jovem e com muita vontade de ouvir música eletrônica. O festival Rotilla, que acontece todo agosto em Cuba, já chegou a ganhar o apelido de "Woodstock cubana", em blogs – um meio independente de noticiar eventos no país - devido ao clima de novidade e festa que desperta.

Os responsáveis pela iniciativa são um grupo de jovens produtores culturais, que há 12 anos repetem a experiência, marcada pela novidade, já que usam uma prática não muito comum em Cuba, a produção independente, e produzem um festival com caráter moderno.

O Matraka, que tem como líder Michel Matos, passou pelo Brasil em busca de parcerias e patrocínios para o próximo evento. Ele contou em entrevista ao R7 como é fazer tal trabalho em um país socialista:

- É um desafio entre conseguir fundos e lidar com o governo. É sobreviver entre dois mundos, capitalismo e socialismo.

Ele explica que, além do trabalho independente, há outras dificuldades em se trabalhar com música eletrônica:

- Não somos reconhecidos, não significa que não sejamos proibidos, mas não existe uma agência para a música eletrônica como existe para o rock. Uma agência nacional é útil porque abre um espaço, um lobby, que depois de aberto, por exemplo, seria muito difícil censurar.

Agora terra de música eletrônica, Cuba abriga o rap - O Matraka não está exclusivamente voltado para suas atividades com música eletrônica, apesar de se iniciado com essa espécie de evento em 1998. O grupo também organiza um prêmio no estilo que é atualmente o mais controverso no país: o rap.

O rap tem um status quase marginal no país governado por Raúl Castro. Não apenas pelas letras contestadoras, mas o próprio estilo, que se desenvolveu nos Estados Unidos, é tido como algo quase proibido.

Por coincidência, o festival de rap do grupo, o Puños Arriba (Punhos ao Alto), teve sua primeira edição encurtada. As autoridades cubanas, que haviam permitido uma extensão do evento, voltaram atrás sem explicações após um premiado ter gritado no palco:

- Dedico [o prêmio] a Cuba livre. R7

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