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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

PSORÍASE: Campanha Nacional tira dúvidas sobre a doença de pele

As manchas avermelhadas espalhadas pelo corpo, típicas da psoríase, podem ser facilmente tratadas se o portador tiver o remédio mais importante: informação. A doença pouco discutida e ainda cercada de preconceito acomete duas a cada cem pessoas em todo o mundo, segundo dados da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

Como forma de dar suporte a quem desconhece a doença, que não é contagiosa mas não tem cura, a SBD começa uma campanha de conscientização nesta quinta-feira (29), Dia Mundial da Psoríase, com mais de 45 postos de orientação em 19 Estados brasileiros.

O órgão ainda organiza o lançamento da nova edição do Consenso Brasileiro da Psoríase e um simpósio em Brasília (DF), em 14 de novembro para fechar a campanha.

A dermatologista e coordenadora nacional da campanha, Claudia Maia, espera que a campanha consiga atingir milhares de pessoas.

- Nossa expectativa é de que pelo menos 50 mil pessoas sejam abordadas e aprendam a como identificar a doença, que não é contagiosa e não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento junto ao dermatologista.

A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que se manifesta, na maioria das vezes, por lesões róseas ou avermelhadas recobertas por escamas esbranquiçadas. Em alguns casos, as lesões podem estar apenas nos cotovelos, joelhos ou couro cabeludo. Já em outros, as lesões se espalham por toda a pele. Frequentemente, há acometimento das unhas. Embora seja pouco habitual, há casos em que as articulações também são afetadas causando a artrite psoriásica.

A doença tem picos de incidência aos vinte e poucos anos ou aos 50, mas não escolhe idade. Apesar de não provocarem dor, as lesões trazem prejuízos à qualidade de vida dos portadores, já que atingem a aparência, comprometendo a interação social e a autoestima.

Genética e estresse podem desencadear a doença - A psoríase é causada por vários fatores, podendo ser pela existência de um componente genético, o que não significa que seja, hereditário. Mas o surgimento das lesões pode ocorrer também pela reação a alguns medicamentos, infecções, ferimentos na pele e, principalmente, o estresse. É comum o surgimento da psoríase estar associado a crises emocionais.

Para não confundi-la com outras doenças de pele, o ideal é fazer um exame clínico com um dermatologista. Como a doença não se manifesta nos órgãos internos, exames laboratoriais têm pouca utilidade e são geralmente utilizados apenas para acompanhamento durante o uso de medicações. Para confirmação do diagnóstico, o dermatologista pode solicitar uma biópsia (retirada de um pedacinho da pele para análise).

A Sociedade Brasileira de Dermatologia lista diferentes tipos de psoríase. Há a psoríase vulgar ou em placas, que geralmente afeta cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região lombo-sacra (que interliga as costas e a bacia) e umbigo; psoríase nas unhas ou ungueal, que pode envolver as unhas; e artrite psoriática, inflamações nas cartilagens e articulações, desenvolvendo dor, dificuldades nos movimentos e alterações na forma das articulações, entre outros tipos mais específicos.

Como tratar - São várias as formas de tratamento. Nas formas leves, são usadas pomadas, loções, xampus ou géis. Nas formas mais avançadas, além de duas ou três sessões de fototerapia por semana, podem ser indicados medicamentos de uso oral ou injetável, dependendo do caso.

As terapias biológicas (tratamentos imunológicos que estimulam as próprias respostas imunitárias dos doentes) são os tratamentos mais modernos para psoríase, mas por serem muito caras, destinam-se a casos especiais.

Mesmo não havendo cura, é possível controlá-la e levar uma vida normal. A evolução das lesões são imprevisíveis, mas podem não reaparecer durante muitos anos e, algumas vezes, nunca mais voltar. Porém, para a maioria dos pacientes, a psoríase é uma doença crônica com períodos de erupções e períodos sem manifestações visíveis. R7

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