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domingo, 22 de fevereiro de 2009

Disputa política interrompe combate à seca na Paraíba


Após demitir, por decreto, todos os funcionários indicados politicamente por seu antecessor, o atual governador da Paraíba, José Maranhão (PMDB), quer agora anular atos administrativos deixados pelo ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB). O projeto Várzeas de Souza, que prevê a reversão de água do açude de Coremas, por meio de um canal de 37 quilômetros, abastecendo o extremo oeste do semi árido paraibano, uma das regiões afetadas pela seca, será o primeiro alvo. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

José Maranhão assumiu o governo da Paraíba na quarta-feira após o ex-governador Cássio Cunha Lima ter sido cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na terça-feira, por abuso de poder econômico e político.

As obras, interrompidas pela disputa política entre Maranhão e a família Cunha Lima, têm um total de 5 mil hectares de terras a serem irrigadas, mas que 11 anos após o lançamento do projeto e R$ 240 milhões gastos dos cofres públicos, ainda esperam a conclusão.

Lançado por Maranhão em 1998, ano em que ele se reelegeu governador, o projeto foi considerado a menina dos olhos da gestão peemedebista até 2003, quando Cunha Lima assumiu. A obra, então, foi dada como paralisada pelo rival. O governo tucano ainda alterou os critérios para escolha dos beneficiários e redimensionou os lotes, que foram cedidos ou licitados, mesmo sem terem a água em casa.

Com a troca de comando político no governo, a previsão de 50 mil empregos diretos e indiretos para a região, contidas no plano de viabilidade do projeto, ficaram no discurso. Relatório do Tribunal de Contas da União, de 2003, registra que as obras estavam com problemas e paralisadas em decorrência de "uma forte disputa política local". Afastado do Executivo da Paraíba há pouco mais de seis anos, Maranhão volta agora e acusa Cunha Lima de desvirtuar o projeto.

O projeto, financiado pelo Ministério da Integração Nacional, é o melhor exemplo de como essa guerra pelo poder entre as famílias Maranhão e Cunha Lima pode contaminar a estrutura de Estado. TERRA

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