Convocado para prestar esclarecimentos, o embaixador iraniano em Berlim, Alireza Sheikhattar, afirmou nesta quarta-feira que o bloqueio imposto ao avião oficial da chanceler alemã, Angela Merkel, na véspera foi consequência de um erro técnico dos pilotos alemães.
As autoridades iranianas retiveram no ar durante duas horas na madrugada desta terça-feira o avião oficial da chanceler alemã. O Airbus A-340 foi obrigado a retornar e sobrevoar o espaço aéreo da Turquia até receber a permissão para atravessar o território do Irã, obtida com a ajuda da mediação turca.
O episódio se transformou em um incidente diplomático entre os dois países.
Em declarações à televisão estatal iraniana em inglês PressTV, Sheikhattar o diplomata negou que se tratasse de uma ação política e acusou a imprensa de exagerar "um fato normal" para criar divergências.
"Quando perguntei às autoridades de aviação, me disseram que o sinal que os pilotos costumam dar às torres de controle como código de entrada [no espaço aéreo] foi errado. Deram o sinal de saída e, por isso, não puderam entrar", explicou. "Este tipo de incidente ocorre de vez em quando em muitos países."
O diplomata disse ainda que o incidente foi solucionado em 20 minutos, versão que também sustenta o porta-voz da diplomacia iraniana, Ramin Mehmanparast.
Berlim, no entanto, assegura que a aeronave teve que dar voltas em círculo durante duas horas no espaço aéreo turco antes de ser autorizada a prosseguir sua viagem para a Índia.
Ontem, o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, considerou "absolutamente inaceitável" o episódio. "É uma falta de respeito com a Alemanha", lamentou em um comunicado.
O avião da chefe do governo alemão, batizado como Konrad Adenauer em homenagem ao primeiro chanceler federal, cobria seu primeiro voo após ser reformado nas oficinas da companhia alemã Lufthansa em Hamburgo.
Um segundo avião oficial alemão que transportava o restante da delegação alemã que participará da primeira cúpula entre Índia e Alemanha cruzou o espaço aéreo do Irã sem problemas --o que alimentou os rumores de uma retaliação à chanceler Merkel. FONTE: EFE
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