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terça-feira, 5 de maio de 2009

Calvície masculina

A lenda de que as mulheres gostam mais dos carecas surgiu com uma marcha carnavalesca da década de 50. Verdade ou não, o fato é que nos dias de hoje, com tantos tratamentos para calvície, implantes, perucas, ninguém mais precisa ficar careca.

A descoberta da relação entre o hormônio masculino (testosterona) e a progressiva queda de cabelos nos homens (a partir dos 30 anos) tem base científica com origem em estudo de adolescentes com um problema específico ao nascer. Eram bebês com a área genital ambígua, isto é, não dava para dizer se era menino ou menina.


Na realidade estas crianças nascem com um aspecto genital que é muito semelhante ao de uma menina. Passa ser educada, com vestidos, bonecas e demais atributos das meninas. No entanto, na puberdade começam a ter pelos no rosto, nos membros inferiores e superiores, a ter voz de timbre mais grave e os pais logo procuram o endocrinologista. Este através de exames constata que os testículos estão no abdômen inferior ou na região inguinal e que são produtores de hormônio masculino -testosterona.


Com pesquisas clínicas e laboratoriais os médicos começaram a descobrir que havia, no corpo desta criança, muita testosterona, mas o organismo não produzia uma enzima importante chamada de 5-alfa-reductase (5-AR). Sem este produto enzimático a testosterona não pode ser convertida no hormônio mais ativo (chamado Dehidro Testosterona). Um pouco mais tarde notaram que a falta da 5-alfa reductase teria um efeito benéfico para o couro cabeludo. Não gerando a Dehidro testosterona, o couro cabeludo deixa de apresentar aquela oleosidade comum aos homens, e os adolescentes com falta de 5-AR jamais apresentaram calvície.


Os cientistas iniciam a busca de um inibidor de 5-AR - É óbvio que se conseguirmos bloquear o efeito da 5-AR no couro cabeludo, a ação da testosterona não se efetua, pois não há geração de dehidro testosterona. Com esta nova situação os folículos pilosos produzem menos oleosidade, menor quantidade de secreção sebácea, o fio do cabelo não cai por excesso de oleosidade e a calvície não se instala. O melhor de tudo é que esta ação é mais perceptível e restrita ao couro cabeludo. Como é fácil de perceber os homens com predisposição para a calvície têm excesso de função de 5-AR e produzem muito dehidro testosterona que, além dos efeitos na secreção sebácea, diminui o período de crescimento dos cabelos.

Como resultado o cabelo não atinge maturidade total. Por exemplo, a calvície se inicia pela parte posterior do crânio, naquela área chamada de "coroa do padre", onde os pelos vão se transformando em penugem. A perda de cabelos ou queda dos fios capilares também pode ocorrer independentemente do mecanismo hormonal citado. Por exemplo, altas doses de Vitamina A, excesso de hormônios da tireoide, alguns agentes quimioterápicos e imunidade dirigida ao fio capilar (alopecia) podem induzir calvície.

Influência da genética na calvície masculina - Existem famílias nas quais a calvície se estabelece desde muito cedo (ao redor dos 20-30 anos). Portanto uma constituição genética é intuitivamente pensada como agente causal. Inicialmente se notou que um determinado gene responsável pela formação do receptor para a testosterona teria um papel importante na calvície. Em homens calvos, o gene é superativo e produz, no couro cabeludo, um excesso relativo de receptores para a testosterona. Decorrente deste fato existe maior ação deste poderoso hormônio no couro cabeludo. O resultado é mais dehidro testosterona e menos cabelos.


Mais recentemente, cientistas ingleses verificaram que existe uma relação altamente significativa entre carecas e duas regiões genéticas no cromosoma 20. Estudaram um grupo de 1.125 homens com calvície precoce e notaram que as tais variantes genéticas estavam presentes em mais de 80% dos casos. Os cientistas alertam que a descoberta não implica, no momento, em uma cura da calvície masculina, mas oferece excelente possibilidade no futuro.

O tratamento da calvície masculina - O objetivo de tratamento pode ser a neutralização do excesso de dehidro testosterona, inibindo-se a 5-AR. Existe, no mercado, a Finasterida que é uma possante inibidora da 5-AR. Sem esta enzima não se forma a dehidro testosterona e o folículo piloso fica livre da oleosidade e da inibição do crescimento. Deve-se usar sempre, anos a fio, para ter resultado positivo. Não existe, repito, não existe nenhum efeito colateral quanto às outras funções masculinas, notadamente, em função erétil, a libido e a potência masculina. Outra forma de se tratar a calvície é o uso de Minoxidil, substância que aumenta a vascularização dos folículos pilosos e propicia um crescimento mais rápido e permanente. Mas sempre é bom consultar um dermatologista experiente para ter resultados duradouros. VEJA

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